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Brasil volta a exigir visto para a entrada de turistas americanos a partir de outubro

Justificativa do governo Lula para acabar com a isenção concedida pelo ex-presidente Bolsonaro é a falta de reciprocidade com os cidadãos brasileiros

A decisão do governo brasileiro de retomar a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos entrarem no Brasil foi divulgada nesta quarta-feira (8). A medida, que havia sido suspensa pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019, também vale para cidadãos da Austrália, Japão e Canadá. O Ministério das Relações Exteriores já começou a informar as embaixadas do Brasil em cada um desses países sobre a volta da regra que entra envio a partir de 1 de outubro deste ano. A justificativa é a falta de reciprocidade diplomática, já que os EUA impõem um longo e burocrático processo aos brasileiros que desejam viajar ao país. Além disso, as autoridades brasileiras constataram que a dispensa do documento não se converteu em aumento de receitas geradas por turistas dessas quatro nações. Segundo números do Itamaraty obtidos pelo site UOL, em 2019, por exemplo, 439 mil americanos viajaram ao Brasil. Em 2022, com a medida já valendo e pós-pandemia de covid-19, esse quantitativo caiu para 355 mil. Entre os japoneses houve um decréscimo ainda maior; de 59 mil para 16,8 mil no mesmo período.


Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff autorizou o Brasil a dispensar a exigência de visto para cidadãos de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão , desde que eles indicassem interesse em assistir às Olimpíadas de 2016. Dois anos depois, o Ministério do Turismo chegou a propor o fim do documento de maneira definitiva, mas o Ministério das Relações Exteriores foi contra por entender que deveria prevalecer o princípio de que os brasileiros devem ter os mesmos benefícios. Quando divulgou a medida em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro justificou que os americanos não vão ao Brasil em busca de emprego. “O contrário [brasileiros indo aos EUA para trabalhar] existe, mesmo não havendo qualquer garantia. Então, há uma diferença”, afirmou Bolsonaro na ocasião.

O governo brasileiro ainda não informou a data para o começo de exigência.

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