Brasil

Brasil terá salário mínimo de R$ 1.320 e faixa de isenção do IR em R$ 2.640 a partir de maio

Lula confirmou salário mínimo de R$ 1.320, um reajuste de 8,91%, maior aumento real desde 2012

Salário mínimo brasileiro ganha adicional de R$ 18 a partir de 1º de maio. Foto: USP Imagens

A partir do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, o Brasil passa a ter um salário mínimo de R$ 1.320, um reajuste de 8,91% (R$ 18) em relação ao valor do ano passado e com ganho de 2,81% acima da inflação, maior aumento real desde 2012. Na mesma data, começa a vigorar a nova faixa de isenção do Imposto de Renda, que sobe de R$ 1.903,98 para R$ 2.640, correspondente a dois salários mínimos. A informação foi confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à CNN.

Segundo o petista, o salário mínimo precisa subir de acordo com o crescimento da economia, em equivalência ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). “Vamos aumentar o salário mínimo todo ano de acordo com a inflação que será reposta e o crescimento do PIB será colocado no salário mínimo”, disse o presidente. Para isso, em janeiro, Lula instituiu um grupo de trabalho para a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo, medida utilizada por Lula em mandatos anteriores , que agora propõe uma fórmula de cálculo permanente para o piso nacional.

A correção da tabela do Imposto de Renda é um dos pontos centrais na agenda econômica do novo governo, que chegou a prometer ampliar, ao longo de seu governo, para R$ 5 mil a faixa de isenção. Durante reunião com centrais sindicais, em janeiro, Lula reiterou a ideia, enfatizando que, no Brasil, “quem ganha muito paga pouco”. “Eu tenho uma briga com os economistas do PT. O pessoal fala assim ‘se fizer isenção até R$ 5 mil. são 60% da arrecadação deste país’. Então, vamos mudar a lógica, vamos diminuir para o pobre e aumentar para o rico”, disse, durante o encontro com sindicalistas.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticou o novo salário mínimo e disse que trabalhadores estão sendo lesados. Segundo a entidade, se o programa de valorização do salário mínimo não tivesse sido interrompido nos governos Temer e Bolsonaro, hoje o valor do piso nacional deveria ser de R$ 1.382,71.

Dados do governo mostram que cada R$ 1 a mais no salário mínimo, sobem em R$ 389,8 milhões os custos da União. Com isso, o impacto estimado do reajuste anunciado por Lula é de pouco mais de R$ 7 bilhões.

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