Estado americano já está sendo chamado de “cofrinho” dos brasileiros
DA REDAÇÃO COM EL PAIS
“Os brasileiros contribuem de múltiplas formas com o panorama econômico da Flórida. Muitos cidadãos brasileiros são donos de pequenas empresas, e os executivos brasileiros se encontram nos escalões mais altos das grandes multinacionais com sede na Flórida”, disse ao El País o cônsul-geral do Brasil em Miami, Hélio Ramos. Não há cifras precisas sobre o número de brasileiros radicados no Estado; calcula-se que sejam entre 250.000 e 300.000, e que a maioria more nas cidades de Pompano Beach, Aventura e Sunny Isles, ou então na região da Brickell, bairro financeiro de Miami. O que se sabe com certeza é que o comércio bilateral estimulado pela comunidade superou os 19 bilhões de dólares (44,5 bilhões de reais) em 2012, e continua crescendo. “De acordo com os dados mais recentes, o comércio bilateral registrou um aumento de 4% em 2013 e está a caminho de somar 20 bilhões de dólares até o final do ano”, acrescentou o cônsul.
Os escritórios principais de 15 multinacionais brasileiras estão instalados na Flórida – inclusive da Embraer, da Odebrecht e do Banco do Brasil –, e seus lucros são da ordem de bilhões de dólares. Atrás das grandes empresas chegaram também as churrascarias, lanchonetes, o varejo de móveis e as lojas de roupas. Ao todo, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos soma mais de 900 empresas cadastradas. E os principais clientes dos negócios mais modestos geridos por brasileiros na Flórida costumam ser seus próprios compatriotas.
A cada semana pousam no Aeroporto Internacional de Miami mais de 110 voos procedentes de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, Manaus e Belo Horizonte. A bordo deles viajam centenas de milhares de passageiros dispostos a comprar, comer, passear e investir, em números que crescem a cada ano: em 2006, desembarcaram em Miami 420.558 brasileiros; seis anos mais tarde, em 2012, o total superou 690.000, um contingente que gastou o valor recorde de 1,5 bilhão de dólares (3,5 bilhões de reais) em compras. Desde 2010, os brasileiros ocupam o primeiro lugar na lista dos visitantes mais propensos a gastarem, seguidos pelos canadenses e os argentinos.