O governo do Brasil prepara mudanças nos campos “sexo” e “nome social” da Carteira de Identidade Nacional (CIN), documento padronizado que pretende substituir outras formas de identificação do cidadão, como o RG, que é emitido por secretarias estaduais. A resolução foi publicada na quinta-feira (6) no Diário Oficial da União, informando que o objetivo é propor alterações nas atuais regras, que foram estabelecidas em fevereiro de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro.
Em novembro, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), emitiu uma nota técnica com críticas ao decreto que estabeleceu as regras atuais. O texto prevê, por exemplo, a inclusão do nome de registro ao lado do campo “nome social”. Para o PFDC, a inclusão do nome de registro na CIN “não apenas configura flagrante violação do direito à autoidentificação da pessoa trans, como invalida a sua própria necessidade de uso, além de abrir perigoso precedente para a exposição vexatória de um nome que não representa a pessoa que se deseja identificar”.
O órgão também afirmou que “a exigência de inclusão do sexo biológico, além de não conter qualquer necessidade administrativa ou burocrática que a justifique, estimula violações dos direitos humanos das pessoas que apresentam um sexo registral diferente da sua identidade e expressão de gênero”.
Uma minuta para alterar as disposições sobre os campos “sexo” e “nome social” na Carteira de Identidade Nacional deverá ser apresentada em, no máximo, 60 dias, conforme divulgado pela Agência Brasil.