O Brasil ainda não tem o conhecimento e o preparo necessários para impedir que a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro seja alvo de ataques como os que ocorreram em Paris, e dependerá da ajuda de países estrangeiros para garantir a proteção do evento, avaliaram especialistas em segurança. As informações são da Reuters.
As preocupações com a possibilidade de um ataque nos Jogos do Rio cresceram desde que militantes do Estado Islâmico reivindicaram a autoria de ações coordenadas que deixaram 129 mortos em Paris na semana passada e tiveram como um dos alvos a área do estádio onde a seleção francesa disputava um amistoso com a Alemanha.
A facilidade de se conseguir armas no Rio, onde várias favelas são dominadas por traficantes de drogas fortemente armados, a falta de uma rede de inteligência no país capaz de interceptar planos de ataques de militantes e o despreparo dos estádios para a eventualidade de uma bomba são os principais problemas enfrentados pelas autoridades, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.
A segurança sempre foi uma das maiores preocupações do Comitê Olímpico Internacional em relação aos Jogos do Rio, mas não relacionada diretamente ao terrorismo. A cidade foi escolhida em 2009 como sede dos Jogos em parte por ter convencido os dirigente do COI da eficácia do programa de ocupação de favelas pela polícia, as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que reduziram os índices de criminalidade.
As autoridades públicas e os organizadores dos Jogos sempre exaltaram o fato de o Brasil não ter enfrentado nenhum caso de violência em grandes eventos, inclusive na Copa do Mundo do ano passado, mas a nova ameaça representada pelo Estado Islâmico deve levar a uma revisão do planejamento de segurança.
“Há um aumento natural e justificável da preocupação e esse assunto entrou na prioridade”, disse uma fonte próxima à organização da Olimpíada do Rio. “Desde os lamentáveis ataques, o governo (federal) começou a revisitar os planos de segurança com muita força.”