Valores pagos surpreenderam o governo e bateram recorde de 20.8 bilhões de reais
Da Redação com Jornal do Comércio – Os aeroportos brasileiros Galeão e Confins foram leiloados semana passada trazendo aos cofres públicos R$20.8 bilhões com a venda. Essa foi a terceira rodada de concessões de aeroportos brasileiros. O valor final representou um ágio de 251,74% em relação ao mínimo fixado pelo governo, de R$ 5,9 bilhões pelos dois. Para o Galeão, o lance mínimo era de R$ 4,828 bilhões. Para Confins, R$ 1,096 bilhão.
O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi arrematado por R$ 19 bilhões (ágio de 293,91%) pelo consórcio Aeroportos do Futuro, formado pela construtora Odebrecht, que detém o controle acionário com 60%, e pelo operador Excelente B.V., com participação de 40%. Já o aeroporto de Confins, em Minas Gerais, foi arrematado por R$ 1,82 bilhão (ágio de 66%) pelo consórcio AeroBrasil, formado pela Companhia de Participações em Concessões CPC, que é controlada pela CCR (75%), Zurich Airport International AG (24%) e Munich Airport International Beteiligungs GMBH (1%).
Ao todo, cinco consórcios participaram do leilão. Foram apresentadas cinco propostas para o Galeão e três para Confins. Na fase viva-voz, apenas Confins teve novas propostas apresentadas. A assinatura dos contratos está prevista para ocorrer no dia 17 de março de 2014.
A Infraero continuará a administrar o aeroporto, acompanhada pela concessionária nos primeiros 120 dias. Após esse período de transição, a concessionária vencedora administrará o aeroporto em conjunto com a estatal por mais três meses, prorrogáveis por mais três.
O processo de entrega da infraestrutura aeroportuária brasileira à iniciativa privada teve início em agosto de 2011, quando foi leiloada a concessão para construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Já em fevereiro de 2012, o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília rendeu ao governo R$ 24,5 bilhões, ágio médio de 347% em relação à soma dos lances mínimos para os três, de R$ 5,477 bilhões.
Para a presidente Dilma Rouseff o leilão foi “muito além da expectativa”. A presidente ressaltou que o resultado do leilão mostrou “interesse imenso dos investidores no Brasil”. O prazo de concessão para o Galeão será de 25 anos,e no caso de Confins, 30 anos. Nos dois casos o prazo pode ser prorrogado uma vez, por mais cinco anos.
