O Fórum de Altos Executivos Brasil-EUA, em Washington, já apresentou um resultado concreto: graças a extensas negociações, os brasileiros vão participar de um período de testes para a adesão no futuro, de forma definitiva, ao Global Entry, o programa que facilita a entrada de viajantes frequentes nos Estados Unidos, sem a necessidade de passar pelos guichês de controle imigratório em aeroportos. O assunto vinha sendo debatido há anos e até uma carta de intenções já havia sido assinada, mas só agora a resolução será colocada em prática em fase experimental. O Itamaraty, no entanto, ainda não revelou quando os dois governos implementarão a iniciativa.
A medida vai agilizar a passagem dos brasileiros pela alfândega norte-americana, especialmente os que viajam a trabalho. Todo o processo de liberação é feito de maneira desburocratizada, em quiosques automáticos e sem a presença de um agente de imigração. Vale lembrar que os procedimentos de emissão de vistos permanecem os mesmos.
A princípio, a ideia é realizar testes com um grupo pequeno de empresários, para que as autoridades dos dois países avaliem as necessidades técnicas e operacionais para o pontapé inicial do programa. A partir daí, então, com o sucesso da empreitada, o Global Entry poderia sem implementado de forma definitiva. Por enquanto, Brasil e EUA estão definindo as formas como será feita esta parceria e quais os aeroportos estariam incluídos no programa.
Para integrar o Global Entry, os interessados devem fazer um cadastro antecipado, que é aprovado por autoridades dos EUA, e pagar uma taxa, em torno de 100 dólares. A imigração americana se reserva o direito de negar a aprovação a pessoas consideradas de risco, como, por exemplo, réus condenados por qualquer tipo de crime ou que tenham infringido as regras de imigração de qualquer país. Este, aliás, sempre foi um entrave nas negociações, pois o Brasil jamais concordou em fornecer tais informações a governos de outros países.
Atualmente, 11 nações fazem parte do Global Entry: Alemanha, Argentina, Colômbia, Coreia do Sul, Índia, México, Panamá, Reino Unido, Suíça, Singapura e Taiwan. O Brasil, ao que tudo indica, logo fará parte deste grupo.