Os dados, no entanto, servem para ratificar a diminuição da pobreza no País e mostra o crescimento da Nação
Apesar de ter atingindo em 2011 o menor nível de desigualdade social desde 1960, o Brasil continua tendo uma das maiores taxas de desigualdades sociais do mundo, sendo o 12° do ranking. Os dados foram divulgados esta semana pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea). O estudo A década inclusiva, apresentado pelo Ipea usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A diminuição da desigualdade é medida pelo coeficiente de Gini, que passou de 0,594 em 2001 para 0,527 em 2011. No índice, quanto mais perto de zero menor a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres do país. O salário dos 10% mais pobres da população brasileira cresceu 91,2% entre 2001 e 2011. O movimento engloba cerca de 23,4 milhões de pessoas saindo da pobreza. Já a renda dos 10% mais ricos aumentou 16,6% no período, de forma que a renda dos mais pobres cresceu 550% sobre o rendimento dos mais ricos.
O crescimento dos salários é o principal indicador para a melhoria, aponta o estudo. É o que responde por 58% da diminuição da desigualdade. Em segundo lugar vem os rendimentos previdenciários, com 19% de contribuição, seguido pelo Bolsa Família, com 13%. Os 10% restantes são benefícios de prestação continuada e outras rendas.
A disparidade de renda entre brancos e negros também se alterou. Segundo os dados apurados pelo Ipea, a parcela da população que se declara como negra teve crescimento da renda de 66,3% nos 10 anos. Maior variação foi apurada entre os pardos (85,5%). Entre os brancos, o crescimento foi de 47,6%.
O recorte por regiões mostra que no Nordeste a renda subiu 72,8%, enquanto no Sudeste cresceu 45,8%, sempre no mesmo período de comparação. O estudo conclui que houve queda de 3,2% no coeficiente de Gini entre junho de 2011 e o mesmo mês de 2012, tendo como base dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.
Mulheres
O Brasil tem mais mulheres do que homens. Os dados apontados pelo Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) indicam que há no Brasil 5,8 milhões de mulheres a mais do que homens. De uma população de 195,2 milhões de habitantes, 100,5 milhões ou 51,5% são mulheres e 94,7 milhões são homens 48,5% do total.
Em comparação com dados de 2000, a população feminina cresceu 14% havia 86,2 milhões de mulheres no país há doze anos. Em relação a 2009, o aumento foi de 2%. De acordo com o levantamento, os homens são mais numerosos até os 19 anos, mas a partir dos 20 anos a relação se inverte.