Brasil

Brasil endurece punições para casos de racismo

Cresce número de condenações, com caso emblemático de Day McCarthy em destaque

Brasil é um dos países que mais aplicam leis severas contra o racismo, com um aumento significativo nas condenações nos últimos anos. Foto: Freepik

Nos últimos anos, o Brasil tem adotado uma postura mais rigorosa no combate ao racismo, principalmente no ambiente digital. Entre 2020 e 2023, o número de processos por racismo quintuplicou, chegando a 4.871. Essa mudança reflete uma atuação mais firme das autoridades, impulsionada por novas ferramentas tecnológicas que facilitam a identificação de autores de discursos racistas e um posicionamento mais ativo do Ministério Público e da Polícia Federal para investigar e denunciar esses casos.

Um exemplo emblemático é o caso de Day McCarthy, influenciadora que se tornou conhecida por declarações provocativas e ofensivas. Em 2017, ela publicou um vídeo em que chamou Titi, filha adotiva dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, de “macaca”. Seis anos depois, em 2023, McCarthy foi condenada pela Justiça brasileira a oito anos e nove meses de prisão pelo crime de racismo, marcando a maior pena já aplicada no país para esse tipo de delito.

Mesmo com a sentença severa, McCarthy permanece em Paris e já declarou que não pretende se entregar às autoridades brasileiras. Esse caso levantou debates sobre a dificuldade de fazer valer a lei em situações envolvendo pessoas fora do Brasil, além de destacar a importância da cooperação internacional no combate ao racismo.

A postura mais dura do Brasil tem como objetivo não só punir, mas também desestimular o racismo, especialmente em plataformas públicas. No entanto, especialistas alertam que o avanço jurídico ainda precisa ser acompanhado por ações que enfrentem o racismo estrutural, promovam a educação antirracista e garantam igualdade de oportunidades.

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