DA REDAÇÃO, COM MIAMI TODAY – A crise no Brasil tem fechado lojas e feito muita gente apertar o cinto quando o assunto são gastos. Mas as restrições não parecem estar sendo feitas quando o assunto é viagem a Miami. Uma pesquisa feita pelo Greater Miami Convention & Visitors Bureau, órgão oficial de turismo da cidade, aponta que de janeiro a setembro deste ano, mais de 582 mil brasileiros vieram a Miami. O número é 3% maior do que o registrado no mesmo período em 2014, quando cerca de 565 mil viajantes vindos do Brasil desembarcaram na cidade.
O Brasil lidera à frente de Canadá (cerca de 521 mil), Colômbia (cerca de 402 mil) e Argentina (338 mil). Os outros países que constam da lista são Alemanha, Inglaterra, Venezuela, Bahamas, Costa Rica e França.
O órgão afirma que vem fazendo campanhas para promover o turismo na cidade, especialmente junto aos países da América Latina, que em regra geral têm visto suas moedas perderem valor frente ao dólar. Ainda assim, no caso dos brasileiros, mesmo com $1 valendo quase R$ 4, o país não mostra desânimo no que diz respeito a viagens.
Turismo, sim; compras, não
“O Brasil é um mercado robusto. Ainda assim, mesmo tendo registrado um aumento no número de turistas em relação ao ano passado, temos recebido relatos de parceiros comerciais, especialmente do setor de varejo, que notam uma disposição menor do brasileiro em relação às compras”, diz Rolando Aedo, vice-presidente de marketing e turismo do Miami Convention & Visitors Bureau.
O executivo conta que a meta da cidade é manter o número de turistas do Brasil em crescimento. O órgão afirma ter notado que em 2014 o número possa ter sido menor devido ao Brasil ter sediado a Copa do Mundo, o que pode ter feito muitos potenciais turistas viajarem domesticamente em vez de fazer um passeio internacional.
Para 2016, ano de Olímpiadas no Rio de Janeiro, Miami planeja se promover como um destino perfeito para antes ou depois das competições. Segundo Aedo, a ideia é mostrar que Miami pode ser perfeita para fériais “binacionais”.
A brasileira Pamela Ribeiro trabalha como garçonete em uma churrascaria em Downtown Miami. Ela explica o que tem sentido nos últimos tempos. “Comparando o turista brasileiro do ano passado com o atual, sabendo que somos um povo que gosta de comer com fartura e beber sem muita moderação, essa cena foi rara em 2015. A impressão é de que o responsável pelos custos da viagem deu instruções, provavelmente antes de sentarem-se à mesa, de só beberem água e sobremesa não, obrigado”, disse. ?