O presidente Jair Bolsonaro fez seu primeiro pronunciamento público nesta terça-feira (1), após perder a eleição para o candidato do Partido dos Trabalhadores, Luís Inácio Lula da Silva. Desde que o resultado das urnas foi divulgado na noite de domingo (30), Bolsonaro se manteve em silêncio, causando apreensão em apoiadores e adversários sobre como reagiria à derrota. Em um discurso curto, de 2 minutos e 3 segundos, o presidente não mencionou o nome do seu adversário e nem reconheceu expressamente sua vitória; como tradicionalmente acontece ao final de cada disputa presidencial no Brasil.
“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro”, falou Bolsonaro. Como candidato à reeleição, ele foi o preferido de 58,2 milhões de pessoas, ou 49,10% dos votos válidos, contra 60,3 milhões de Lula, o que corresponde a 60,90% dos votos. A diferença é a menor já registrada em um pleito eleitoral desde a redemocratização do país.
O direitista também afirmou que continuará “cumprindo a Constituição” e mencionou os protestos de caminhoneiros bolsonaristas que fecharam rodovias e estradas em mais de 250 pontos do Brasil em protestos contra o retorno de Lula ao comando do Planalto. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça, de como se deu o processo eleitoral”, disse ele, acrescentando: “Nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”.
Os atos viralizaram nas redes sociais mostrando longas filas de veículos impedidos de transitar, pneus queimados, e um cenário caótico. Na madrugada desta terça (1), o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes de enviar agentes das polícias rodoviária federal e militar para desbloquear as estradas.
O ex-capitão também mencionou a alta representação de candidatos conservadores na Câmara e no Senado, e destacou que “a direita surgiu de verdade em nosso país”. “Nossa robusta representação no Congresso mostra a força de nossos valores: Deus, pátria, família e Liberdade”.
O mandato de Jair Messias Bolsonaro termina no dia 31 de dezembro de 2022. Ele é o primeiro presidente a não se reeleger, desde que a Proposta de Emenda à Constituição que autoriza dois mandatos consecutivos de políticos em cargos executivos foi aprovada no Brasil, em 1997