Argentina e França fizeram uma das finais mais emocionantes na história das Copas do Mundo e, mais do que isto, os dois maiores craques da atualidade foram protagonistas neste jogo épico. Mbappé fez um hat trick (o primeiro em uma final de Copa do Mundo) e ainda marcou seu gol na série de pênaltis. Messi, por sua vez, marcou dois gols e também garantiu o seu na cobrança de penalidades máximas.
O argentino Messi, que está no ocaso de sua brilhante carreira, se despede da Albiceleste com o título de campeão do mundo – o único que faltava à sua brilhante carreira. Do outro lado, Kylian Mbappé, o jovem craque francês surge como a estrela ascendente, que deve representar a idolatria reservada aos fenomenais Messi, Cristiano Ronaldo – que encerrou sua carreira na seleção portuguesa nesta Copa-, e Neymar. O brasileiro, aliás, é o único dos três que tem possibilidade de disputar a Copa do Mundo de 2026. Já Mbappé, por ter apenas 24 anos, ainda tem muitas copas para jogar. Para pesadelo dos rivais…
A vitória significou o tricampeonato para a Argentina, que venceu as Copas do Mundo de 1978 e 1986. A França, ganhadora das edições de 1998 e 2018, replicou o Brasil. A seleção brasileira foi campeã em 1994 e perdeu a final de 1998, justamente para a França. Desta vez, a França, que conquistou a Copa do Mundo na Rússia em 2018, teve de se contentar com o vice-campeonato. Mas, com essa geração promissora e Mbappé em sua plenitude, a França continuará como uma das favoritas nas prócimas Copas do Mundo.
E foi uma partida para entrar na história! A Argentina deu um baile na França no primeiro tempo, abriu 2 a 0, com um pênalti discutível convertido por Messi e com um golaço de Di Maria, e tudo indicava uma vitória folgada da seleção sul-americana.
Entretanto, o técnico Didier Deschamps decidiu alterar sua equipe ainda no final do primeiro tempo, substituindo Giroud e Dembelé por Thuram e Kolo Mouni. Na segunda etapa, o técnico argentino Lionel Scaloni tirou Di Maria de campo (até então, o melhor o jogador em campo) e colocou Acuña. A troca favoreceu a seleção francesa que ganhou fôlego novo com as entradas de Coman e Cavaminga, nos lugares de Griezmann e Theo Hernandez. Perdendo por dois gols de diferença, os franceses se lançaram ao ataque e conseguiram o empate – o primeiro em outro pênalti discutível, convertido por Mbappé, e um golaço do craque francês.
O empate permaneceu até o final do tempo regulamentar. Outra vez, a Argentina começou melhor na prorrogação e foi premiada com outro gol de Messi que aproveitou o rebote de Hugo Lloris em um chute de Lautaro Martinez e voltou a colocar a Albiceleste à frente do placar. Entretanto, outro pênalti a favor da França, em função de uma bola na mão do lateral Montiel, resultou no gol de empate dos Les Bleus, em pênalti convertido por Mbappé.
Com a igualdade decretada, as duas seleções escolheram seus batedores. A França começou a série com Mbappé marcando o seu e Messi confirmando sua batida. A sequência mostrou a maior categoria dos cobradores argentinos, com os pênaltis convertidos por Dybala, Paredes e Montiel. Pela França, desperdiçaram Coman e Tchoumeni e somente Kolo Mouni marcou o seu. No final, 4 a 2 para a seleção sul-americana.
Resultado final: Argentina, tricampeã mundial, e o décimo título da Conmebol – cinco do Brasil, três da Argentina e dois do Uruguai. Do lado da UEFA, os campeões são Alemanha (4), Itália (4), França (2), Inglaterra (1) e Espanha (1).
Números do gênio
Esses números, reproduzidos do ge, mostram porque Lionel Messi é considerado um dos três melhores jogadores de futebol de todos os tempos.
Ele escreveu o seu nome na história do futebol mundial com o título conquistado pela Argentina neste domingo, na vitória diante da França, na Copa do Mundo 2022. Aos 35 anos, o camisa 10 retira-se da seleção com o título tão sonhado, que ele havia visto escapar em 2006, 2010, 2014 (com um vice) e 2018.
Ao longo da competição no Catar, onde teve o seu melhor desempenho em Copas, Messi foi quebrando marcas: de jogos, de gols, de assistências e outras que ninguém sabia que existiam.
1- Cinco Copas
Ao entrar em campo contra a Arábia Saudita, na estreia do Mundial, Messi entrou num grupo de oito jogadores com cinco Copas disputadas. Além dele, estão os mexicanos Antonio Carbajal, Rafa Márquez, Guillermo Ochoa e Andrés Guardado, o português Cristiano Ronaldo, o italiano Gianluigi Buffon e o alemão Lothar Matthäus.
2- Mais jogos em Copas
Citado acima, o alemão ficou para trás na marca de jogador com mais partidas em Copas do Mundo. Na final contra a França, Messi chegou a 26 partidas em Copas e se tornou o jogador de futebol com mais participações no torneio. A marca era de Lothar Matthäus, que tem 25 jogos em cinco Copas (1892, 1986,1990, 1994 e 1998). O alemão foi campeão em 1990 e ficou com o vice em 1982 e 1986.
- Messi (Argentina) – 26
- Lothar Matthäus (Alemanha) – 25
- Miroslav Klose (Alemanha) – 24
- Paolo Maldini (Itália) – 23
- Cristiano Ronaldo (Portugal) – 22
3- Maior capitão em Copas
Na semifinal contra a Croácia, Messi superou o mexicano Rafa Márquez no número de jogos como capitão de sua seleção. O mexicano usou a tarja em 18 jogos, enquanto Messi chegou a 20 na partida contra a França. Ninguém foi capitão mais vezes por uma seleção nacional em Copas do Mundo.
4- Mais gols pela Argentina em Copas
Messi marcou sete gols na Copa do Mundo do Catar e chegou a 13 no total, com os seis que já tinha nas outras Copas. Assim, deixou para trás até Pelé e também Gabriel Batistuta, ex-atacante que por 20 anos defendia seu recorde. Nas oitavas de final, contra a Austrália, Messi já havia ultrapassado Diego Maradona e Guillermo Stabile, com oito. Eles são seguidos de Mario Kempes, com seis, e Gonzalo Higuaín, com cinco.
5 – Jogador em atividade com mais gols em Copas
A Copa do Mundo acabou, e Messi não alcançou o alemão Miroslav Klose, o maior artilheiro das Copas, com 16 gols. Mas, atualmente, tem a marca de jogador em atividade com mais gols em Copas, já que todos os que estão à sua frente já estão aposentados.
- Miroslav Klose (Alemanha) – 16 gols
- Ronaldo (Brasil) – 15 gols
- Gerd Müller (Alemanha) – 14 gols
- Just Fontaine (França) – 13 gols
- Messi (Argentina) – 13 gols
- Pelé (Brasil) – 12 gols
6- Mais minutos em Copas
Você gostaria de jogar uma Copa do Mundo mesmo que por 1 minuto? O recorde de minutos em Copas pertencia ao histórico zagueiro italiano Paolo Maldini, com 2.217. Messi terminou a final da Copa do Mundo com 2.324 somados, incluindo os 120 da prorrogação contra a França.
7- Garçom em cinco Copas
Messi é o único jogador da história a registrar assistências para gols em cinco Copas do Mundo. Os que mais se aproximam desse número são Pelé, Grzegorz Lato, Diego Maradona e David Beckham, que contabilizaram assistências em três edições do Mundial.
8- Marca bastante específica
Messi é o único jogador que marcou na Copa do Mundo antes dos vinte anos de idade, durante os vinte anos de idade e na década seguinte, durante os trinta. Pelé perdeu a oportunidade de ter a mesma marca por apenas quatro meses (foi campeão em 1970 com 29 anos).
9- O homem do(s) jogo(s)
O prêmio de Homem do Jogo, que começou a ser concedido na Copa de 2002, foi dado a Messi dez vezes, mais do que a qualquer jogador. Tanto no Brasil como no Catar, ele recebeu o prêmio quatro vezes, marca que o holandês Wesley Sneijder também teve na Copa na África do Sul, em 2010.
10- Melhor jogador da Copa do Mundo Catar 2022
Ao ser eleito, o melhor jogador deste torneio, ele conquistou mais uma glória pessoal ao seu currículo.
11- Tríplice coroa (ao lado de Di Maria)
Na festa da Argentina, finalmente tricampeã mundial após 36 anos de espera, Lionel Messi tem lugar de destaque, por ser o líder da equipe coroada neste domingo no Catar. Entre tantos motivos para celebrar o camisa 10, um deles é inédito na história do futebol. Só que dessa vez ele não está brilhando sozinho: Messi e o meia Ángel Di María dividem a honra de ser os primeiros jogadores campeões da Copa, do Mundial Sub-20 e das Olimpíadas.
Messi foi campeão mundial sub-20 em 2005, aos 18 anos, e Di María ganhou a edição seguinte do torneio, em 2007, aos 19. Um ano depois, eles participaram da conquista do bicampeonato olímpico da Argentina, nos Jogos de Pequim-2008.
Depois dessa conquista de outro país sul-americano, agora devemos torcer para o Brasil chegar ao hexacampeonato aqui na América do Norte. De preferência, com a consagração do craque Neyymar.