O ex-prefeito de New York entre 2002 e 2013, Michael Bloomberg, 77 anos, anunciou oficialmente que será pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo partido Democrata. Agora, já são 18 postulantes ao cargo de maior poder do planeta. “Ofereço-me como alguém que faz, um resolvedor de problemas. Estou concorrendo à presidência para derrotar Donald Trump e reconstruir a América. Não podemos permitir mais quatro anos de ações imprudentes e antiéticas. Ele representa uma ameaça existencial ao nosso país e aos nossos valores. Se vencer novamente podemos nunca mais nos recuperar dos danos causados”, afirmou o empresário.
Com fortuna pessoal estimada em cerca de US$ 50 bilhões, Bloomberg, que já foi republicano, ingressa em uma disputa que tem como líderes o ex-vice-presidente Joe Biden, os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren, e o prefeito de South Bend, uma pequena cidade no estado de Indiana, Pete Buttigieg. O tom de seu discurso será que, diferentemente de Donald Trump, que faliu várias vezes após herdar a fortuna do pai, ele construiu seu próprio império. O rival Sanders acusou-o de querer “comprar uma eleição”. A declaração se deve aos anúncios na TV, pelos quais gastou cerca de US$ 30 milhões. Os comerciais biográficos de 60 segundos serão exibidos em mais de 20 estados. A estimativa é que gaste US$ 150 milhões de seus recursos na campanha, sendo que US$ 100 milhões serão em anúncios contra Trump na internet.
Bloomberg seguirá uma estratégia pouco ortodoxa, pulando as disputas em Iowa e New Hampshire em fevereiro, e se concentrando nas votações de março, com maior número de delegados. Nenhum pré-candidato que conquistou a indicação final jamais seguiu plano semelhante. Ele ganhou aliados no partido com seu combate às mudanças climáticas e à violência armada, investindo milhões de dólares em grupos que pressionam pela restrição de armas. Segundo sua assessoria, ele não aceitará doações para a campanha e, se eleito, abdicará do salário de presidente.
À frente da prefeitura de New York, ficou conhecido por apoiar ações policiais de parar e revistar pessoas nas ruas, que afetavam, principalmente, negros. Foi durante sua gestão que a cidade passou por um de seus momentos mais sensíveis, logo após os atentados de 11 de setembro. Bloomberg foi responsável por revitalizar a região nos anos seguintes.