Bloquinhos temáticos agitam foliões; Salvador celebra 100 anos do samba
Blocos ganham público fiel no Carnaval do Rio
DA REDAÇÃO (com G1) – O Carnaval começa nesta sexta-feira (5) no Brasil, mas a folia já está rolando solta na maior parte das cidades brasileiras. No Rio de Janeiro, os bloquinhos independentes estão ganhando cada vez mais espaço. Ano após ano, alguns milhares de amigos de amigos se reúnem pela folia carioca não-oficial, que, distante do processo burocrático exigido pela prefeitura, quer mais é botar o bloco na rua sem hora exata para começar e acabar e nem percurso pré-definido.
É assim que, desde 2011, o Viemos do Egyto, que toca músicas dos primórdios do axé — Daniela Mercury, Olodum, Timbalada são garantidos por lá — nasceu: no esquema “quem sabe, sabe”, longe da lista de blocos oficiais da Riotur e sem evento no Facebook. Os foliões capricham nos looks inspirados no Egito Antigo e ninguém tem medo de pesar a mão na purpurina.
À frente do bloco desde o primeiro ano, o produtor cultural Mariano Mattos Martins afirma que não há planos de entrar para o calendário oficial.
“O Viemos do Egyto tem um caráter político performático superinclusivo, nosso microfone fica aberto, as pessoas podem falar, mas não queremos que o nosso público se afaste da nossa essência e vire uma multidão de gente com chapéu Panamá da Antártica”, diz ele sobre o bloco, que já teve edições como o “Ritual Trybal de trans.mumificação y despacho do Eduardo Cunha”.
Segundo a prefeitura, as demandas para segurança e esquemas de trânsito especiais para os blocos são de responsabilidade da Riotur, que, por sua vez diz priorizar os mais de 500 blocos oficiais espalhados pelo Rio. O carnaval não oficial, preferido por muitos foliões, vai ganhando, assim, espaço.
Salvador homenageia 100 anos do samba
O Carnaval do Pelourinho, em Salvador, vai homenagear os 100 anos de gravação do primeiro samba. Conhecido como Carnaval do Pelô, o Circuito da Batatinha, organizado pelo governo estadual, vai receber, além de atrações que celebrem o ritmo centenário, artistas, bandas e blocos de axé, reggae, MPB e afoxé.
“O Pelourinho é um palco de diversidades. Não quer dizer que só sejam sambas e sambistas. Na primeira noite, estaremos homenageando os grandes sambistas, bambas da Bahia, e Paulinho da Viola, que é um grande bamba brasileiro, assim como Edinho Pacheco, Nelson Rufino, Riachão, Valmir Lima, Raimundo Sodré, entre outros. Mas, nos largos, teremos hip hop, reggae, enfim, tudo que se imaginar, que seja música advinda da alma negra da Bahia”, declarou o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Jorge Portugal.