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Bilionários constroem bunkers de luxo para o “Fim do Mundo”

Elite se prepara para guerras, pandemias, desastres globais – e levanta dúvidas sobre o futuro de todos nós.

Bunkers de luxo para bilionários: construções subterrâneas altamente sofisticadas e personalizadas viraram tendência. Foto: Reprodução TV

Enquanto boa parte do planeta – e de sua população – enfrenta crises humanitárias, climáticas e econômicas, bilionários estão investindo em bunkers de alto padrão, aparentemente prontos para qualquer colapso global. Um dos exemplos mais comentados é o de Mark Zuckerberg: segundo a Wired, o CEO da Meta está construindo um abrigo subterrâneo de 5 mil pés quadrados em sua propriedade de 1.400 acres no Havaí. O projeto, cercado de segredos e protegido por acordos de confidencialidade, tem custo estimado de mais de $270 milhões e inclui abastecimento próprio de comida e água.

Esse tipo de construção, pode-se dizer, deixou de ser uma “excentricidade” e virou tendência. Empresas como a Safe, especializada em estruturas fortificadas, já oferecem opções dignas de ficção científica. Segundo reportagem da Hollywood Reporter, um dos projetos recentes inclui uma ilha privada com fosso inflamável e canhões d’água – que, além de proteger contra invasores, podem ser usados para “recreação”, como jogar futebol americano em jet skis. Jeff Bezos também estaria entre os que investiram em estruturas de sobrevivência – o fundador da Amazon comprou vastas áreas de terra no Texas, onde há especulações sobre a construção de sistemas de segurança autossuficientes. Outro nome citado por especialistas do setor é Peter Thiel, cofundador do PayPal, que teria adquirido propriedades na Nova Zelândia com esse mesmo objetivo.

Segundo o professor Douglas Rushkoff, autor do livro Survival of the Richest, esses bilionários estariam mais focados em garantir sua sobrevivência individual do que em evitar catástrofes coletivas. Rushkoff conta que foi convidado para uma conversa privada com cinco ultra-ricos interessados em saber como controlar equipes de segurança em bunkers após o colapso do sistema. A preocupação deles, diz, não era impedir o apocalipse, mas escapar dele – mesmo que isso significasse abandonar o resto da humanidade.

E se os bunkers não forem suficientes? Especialistas como Eliezer Yudkowsky alertam para outra ameaça: a inteligência artificial fora de controle. Em entrevista ao The Guardian, ele sugeriu que a humanidade pode ter apenas cinco anos até enfrentar consequências irreversíveis. Pode soar alarmista, mas será que é só “paranoia de tech bros”?, muitos se perguntam: o cenário de incerteza é real e, enquanto alguns constroem fortalezas com fossos de fogo, o resto do mundo segue, sem nenhuma proteção contra os desastres.

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