Histórico

Bailarino faz campanha para pagar passagem a New York

Ariel Corrêa foi o único da Baixada Fluminense escolhido em um teste, mas não tem dinheiro para custear a viagem

Joselina Reis


Carioca Ariel Corrêa quer realizar seu sonho e aprimorar-se no balé no exterior

“Estou quase fazendo uma faixa com uma frase de efeito moral e ficar segurando em frente ao Projac (estúdio da rede Globo) vestido de bailarino.”

A vida em cima das sapatilhas não é facíl, que o diga o bailarino brasileiro Ariel Corrêa, de 21 anos. No seu caso, ainda há o preconceito porque as pessoas estão mais acostumadas a ver meninas deslizando pelo palco. Mesmo assim, ele enfrentou a fila para um teste com uma companhia de balé americana e passou. Agora encara a segunda etapa, comprar a passagem do Rio de Janeiro a New York. O que pode parecer simples para alguns tem sido uma batalha para o carioca que resolveu começar uma campanha nas redes sociais para angariar o dinheiro. “O que ganho com aulas no máximo consigo comprar sapatilhas novas e pagar passagem de ônibus para ir fazer aula”, conta.

Quando a companhia americana de balé Ajkun Ballet Theatre anunciou que estaria com inscrições abertas para cursos em NY, Ariel não pensou duas vezes. A escolha aconteceu no Brasil e ele foi o único aprovado na baixada fluminense. “Fiquei sabendo com atraso e não tinha dinheiro para pagar a matrícula, fiz um apelo no Facebook e uma pessoa se sensibilizou com a história e pagou a taxa para mim.

Estou super entusiasmado com a oportunidade de fazer esse curso porque além de ser um curso com uma companhia, uma vez nos EUA eu posso ter a oportunidade de fazer testes para outros lugares. Além da experiência de estar estudando num outro nível de carga horária e movimento e coreografias,”explica o bailarino que começou a dançar aos seis anos nas escolas no bairro.

Agora, Ariel começa outra corrida nas redes sociais, dessa vez pela passagem de ida e volta entre Rio de Janeiro e New York. Ele tentou fazer um evento beneficente, mas a agenda de fim de ano dos teatros não permitiu. O curso começa no dia 6 de janeiro. “Estou quase fazendo uma faixa com uma frase de efeito moral e ficar segurando em frente ao Projac (estúdio da rede Globo) vestido de bailarino”, adianta.

Atualmente, Ariel dedica seu tempo ao ballet moderno num projeto social em Duque de Caxias . A paixão pela dança tomou forma aos 15 anos quando começou a frequenta um estúdio na Baixada Fluminense. De lá prá cá, ele fez um ano e meio de curso na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa – que é a escola de dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. “Eu danço porque é isso que me liberta, porque a dança me completa, é meu dia-a-dia desde quando eu acordo, porque é a maneira que eu tenho de dizer ao mundo como me sinto. A dança me ajuda no meu desenvolvimento físico, cultural, piscicológico e social”, argumenta brasileiro que agradece à mãe pelo apoio na escolha da profissão.

“Essa oportunidade significa um avanço imenso na minha carreira. Aqui, na Baixada Fluminense não tem muitos recursos nem muito incentivo no ballet clássico. Eu realmente posso evoluir muito fazendo esses 45 dias de aula, além de ter a chance de ser convidado para voltar ou fazer algum programa estágio nessa companhia, eu posso também testes para outros grupos de dança.”, finaliza.

Ariel precisa de $500 para pagar a acomodação, dinheiro para transporte e passagem aérea. O curso termina no dia 15 de fevereiro. Os interessados em ajudar o bailarino podem entrar em contato com ele pelo Facebook http://www.facebook.com/ariel.correa.777 ou fazer doações na conta bancária – Banco Bradesco – Ariel da Silva Corrêa – AG 0544 – C 0792117-9.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo

Exit mobile version