As companhias aéreas Azul e Gol anunciaram nesta quarta-feira, 15, a assinatura de um memorando de entendimentos visando uma possível fusão entre elas. O documento oficializa o início das negociações e dá início ao processo de obtenção das aprovações regulatórias necessárias, incluindo a do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A frota da Azul inclui jatos regionais da Embraer, além de aviões fabricados pela Airbus. Já a Gol opera exclusivamente aeronaves Boeing 737. Juntas, as empresas controlariam cerca de 60% do mercado doméstico, superando os 40% da concorrente Latam, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
John Rodgers, presidente-executivo da Azul, afirmou à agência Reuters que, embora as marcas das duas companhias continuem separadas, elas adotarão uma estratégia conjunta. O executivo destacou que a fusão proporcionaria maior conectividade e redução de custos de capital.
A pandemia de Covid-19 agravou as dificuldades financeiras das companhias aéreas, levando à reestruturação de várias delas. A Gol, por exemplo, está em processo de reorganização nos Estados Unidos desde o início de 2024. Na quarta-feira, a companhia divulgou um novo plano estratégico de cinco anos, com o objetivo de sair, até maio, do chamado “Chapter 11”, mecanismo que permite empresas em dificuldades financeiras suspenderem o pagamento de dívidas e propor um plano de reestruturação.
Em 2024, a Azul firmou acordos com arrendadores em troca de participação acionária na empresa, além de ter negociado com detentores de títulos para captar capital.
A união de negócios entre as duas companhias só ocorrerá após a saída da Gol do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.