Corte de New Jersey negou visita porque pai impôs condições e caso deve parar novamente no Tribunal de Haia
A polêmica envolvendo Sean Goldman parece não ter fim. Depois de toda a saga envolvendo a guarda do menino, de apenas 10 anos, a novidade agora é que a Corte de New Jersey (cidade onde ele vive com o pai, David) negou um pedido de visitação feito pelos avós maternos. A justificativa estaria no fato que a família brasileira não cumpriu algumas condições impostas por David para permitir o encontro.
Silvana Bianchi Ribeiro e Raimundo Ribeiro Filho, os pais de Bruna ” a mãe de Sean, que morreu em 2008 – deram entrada no pedido de visitação usando o estatuto da visitação dos avós (GVS – Grandparent Visitation Statute). No entanto, a justiça determinou improcedente a solicitação porque os brasileiros não acataram algumas condições, segundo eles “razoáveis”.
Uma delas seria encerrar os processos na Justiça brasileira que tentem reverter a repatriação de Sean aos Estados Unidos e mesmo anular a concessão da guarda total dele ao pai. “Mas não há processo no meu nome nem da minha família nesse sentido e mesmo assim estamos impedidos de ver Sean”, lamentou Silvana. Outras exigências de David são que a família não faça aparição pública para falar sobre o assunto e que todos os encontros com o neto deveria ser feito de acordo com a determinação do psicólogo que está acompanhando o garoto.
David teria ficado insatisfeito com um telefonema recebido pelo filho no Natal do ano passado. Segundo a decisão, os avós afirmaram ao garoto que estavam lutando para levá-lo de volta ao Brasil, numa tentativa de gerar uma instabilidade na vida de Sean.”O telefonema foi mal interpretado. Disse apenas que há um ano estou lutando na Justiça para tentar vê-lo”, garantiu a avó materna.
O caso, mais uma vez, deve acabar na Convenção de Haia, o tribunal internacional de Justiça que delibera sobre disputas e controvérsias jurídicas. Tudo começou em 2004, quando Bruna voltou para o Brasil com o filho, então com quatro anos. David achou que eles iam apenas passar férias, mas ela optou pelo divórcio e se casou com outro homem. Goldman passou dois anos em tribunais norte-americanos e brasileiros, até conseguir levar o menino de volta para casa, no Natal de 2009. Bruna morreu em 2008, durante o parto da outra filha, mas o padrasto brasileiro e a avó materna continuaram a batalha judicial pela custódia do menor no Brasil.