DA REDAÇÃO – Autoridades mexicanas e americanas se reuniram esta semana para negociar um acordo que impeça a imposição pelos Estados Unidos de tarifas sobre produtos mexicanos, mas não houve sinais imediatos de uma reaproximação entre os dois lados.
Frustrado pela falta de progresso de uma de suas principais promessas na campanha de 2016, o presidente Donald Trump, disse, de maneira inesperada, que o México teria de tomar uma postura mais forte para impedir a imigração ilegal ou enfrentaria 5% de tarifas sobre todas as suas exportações para os EUA a partir da próxima segunda-feira (10). As cobranças poderiam aumentar para até 25% ao longo do ano.
O vice-presidente Mike Pence comandou a reunião na tarde dessa quarta-feira (5) com o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard. O objetivo era reafirmar a necessidade de que o México precisa fazer mais para conter o aumento do fluxo migratório de centro-americanos que tentam atravessar a fronteira do país com os EUA.
Mas com Trump na Europa até sexta-feira para as homenagens do Dia D, uma resolução rápida não era esperada.
“As discussões sobre imigração na Casa Branca com representantes do México terminaram por hoje. O progresso está sendo feito, mas longe de ser suficiente!”, disse Trump no Twitter. “As negociações com o México serão retomadas amanhã, com o entendimento de que se nenhum acordo for alcançado, as tarifas de 5% começarão na segunda-feira, com aumentos mensais conforme o cronograma”, acrescentou o presidente.
Pence esperava ouvir “medidas tangíveis” que o governo mexicano estaria preparado para tomar “imediatamente”, disse uma autoridade da Casa Branca antes do encontro. Autoridades da Casa Branca não estavam disponíveis imediatamente após a reunião para comentar o assunto.
Se as tarifas forem implementadas, os Estados Unidos estariam em disputas comerciais com a China e o México — dois de seus três principais parceiros comerciais, uma situação que os principais grupos empresariais do país querem evitar.
O México quer impedir a eventual guerra comercial com os Estados Unidos que, segundo analistas, pode levar sua economia a uma recessão. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse que está otimista de que as negociações em Washington poderão levar a um acordo. Mas seu governo também trabalha com a hipótese de que um acordo não seja atingido.