O diretor provisório da USCIS, Ken Cuccinelli, confirmou que a agência está pronta para cumprir sua missão de encontrar, prender e, em seguida, mandar de volta aos seus países de origem cerca de um milhão de pessoas que possuem ordem de deportação. Maior autoridade do país em questões imigratórias, Cuccinelli assumiu o posto interinamente há cerca de um mês e não deu detalhes sobre como serão estas operações.
A grande questão em relação à tão falada blitz em massa do ICE, anunciada até pelo presidente dos EUA, Donald Trump, está no fato de que a polícia de imigração não possui recursos para realizar uma ofensiva em larga escala contra os indocumentados, em tão curto tempo. Em uma grande operação recente, por exemplo, o ICE não chegou perto de cumprir o objetivo de prender, em uma semana e em todo o país, 10 mil fugitivos, ou seja, aqueles que desobedeceram a uma ordem final de deportação.
Em junho, Trump usou o Twitter para anunciar uma “grande varredura” de indocumentados e garantiu a realização diversas operações do ICE em nível nacional. No entanto, nem mesmo as autoridades da agência estavam cientes dos planos do presidente. Agora, depois de quase três semanas, Cuccinelli resolveu endossar as palavras de seu superior. Mesmo assim, ao ser confrontado com verbas e o número de agentes do ICE, reconheceu que as previsões estão fora da realidade em um primeiro momento. Até porque os centros de detenção de imigrantes estão superlotados.
Cuccinelli também admitiu que o número de prisões de indocumentados diminuiu desde a chegada do republicano Donald Trump à Casa Branca, em comparação aos dois primeiros anos de administração do democrata Barack Obama. E os números comprovam: em 2017 foram realizadas 144 mil detenções e 226 mil deportações; e em 2018 houve 159 mil detenções e 256 mil deportações. Em contrapartida, 2009 registrou 298 mil detenções e 390 mil deportações, ao passo que 2010 terminou com 272 mil detenções e 393 mil deportações.
Derrotado nas eleições ao governo da Virgínia em 2013 com uma plataforma essencialmente antiimigrante, Cuccinelli precisaria ser aprovado pelo Congresso para ocupar o cargo de forma efetiva, o que é improvável num cenário de maioria democrata na Câmara dos Representantes.