Nikolas Cruz, o autor confesso do tiroteio que matou 17 pessoas na Marjory Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida, em fevereiro de 2018, se declarou culpado nesta quarta-feira (20), pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
Além das vítimas fatais, Cruz feriu a tiros outras 17 pessoas com um fuzil semiautomático AR-15.
A declaração de culpa foi feita durante audiência no Tribunal do condado de Broward, em Fort Lauderdale, diante de dezenas de familiares dos mortos e sobreviventes.
O jovem que tem hoje 23 anos respondeu “culpado” 34 vezes enquanto a juíza Elizabeth Scherer lia cada acusação – incluindo o nome de cada vítima – e perguntava como ele queria se confessar.
O réu leu um depoimento em seguida, pedindo desculpas e dizendo que tem pesadelos e não consegue mais assistir TV.
“Eu sei que vocês não acreditam em mim, mas eu lamento muito, muito, o que fiz e tenho que conviver com isso todos os dias”, disse ele.“ Espero que me deem uma segunda chance para tentar ajudar outras pessoas”, acrescentou.
Com o apelo, os advogados de defesa tentarão evitar a sentença de morte, embora o principal promotor do condado, Michael Satz, já tenha anunciado que solicitará a pena capital em qualquer caso.
Cada uma das acusações de tentativa de homicídio acarretou entre 20 e 25 anos de prisão, e cada uma das acusações de assassinato foi convertida em prisão perpétua.
Durante a audiência, a juíza advertiu que não há liberdade para crimes punidos com prisão perpétua na Flórida, como ocorre em alguns estados, onde o presidiário pode ser elegível para liberdade condicional dentro de 25 anos.
O tiroteio de Parkland provocou uma mobilização sem precedentes para regulamentar as vendas de armas nos EUA, que chegou a reunir 1,5 milhão de pessoas em todo o país.
Apesar de ter antecedentes psiquiátricos e menos de 21 anos na época do crime, Cruz conseguiu comprar facilmente um fuzil.
O júri que decidirá a sentença final de Nikolas Cruz está marcado para o dia 4 de janeiro do ano que vem.