Economistas alertam que as tarifas de 25% impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos do Canadá e do México, e de 10% sobre os importados da China deverão aumentar os gastos das famílias americanas. Cerca de um terço das importações dos Estados Unidos vêm dos três países, dentre eles alimentos, vestuário, eletrônicos e automóveis. A Câmara de Comércio dos EUA acredita que as novas taxas não resolverão os problemas nas fronteiras, e trarão impactos para as cadeias de suprimentos e nos preços dos produtos.
Uma parte significativa dos produtos frescos que os americanos consomem vem outro lado da fronteira. O México é o maior fornecedor de frutas e vegetais para os EUA, incluindo produtos como abacates, que respondem por US$ 3,1 bilhões das importações americanas. Além disso, o Canadá é responsável por grande parte das carnes e grãos consumidos pelos americanos. Os preços de alimentos importados podem ver um aumento de até 9% em produtos-chave, como vegetais e carne.
Outro segmento afetado será o de cervejas e bebidas alcoólicas. A Constellation Brands, responsável pelas marcas Modelo e Corona, acredita que o aumento no custo de importação levará a um acréscimo de até 4,5% no preço final dessas bebidas. Produtos como tequila podem ficar até 16% mais caros devido às tarifas impostas aos produtos mexicanos.
Segundo os analistas a indústria automobilística será uma das mais impactadas, já que o país importa $ 87 bilhões em veículos, e $ 64 bilhões em peças do México. Com a aplicação de tarifas de 25% os preços dos carros podem subir em até 6% e elevará os custos das peças de veículos.
Combustível e energia
Embora o Canadá seja o maior fornecedor de petróleo e gás para os EUA, a tarifa de 10% sobre esses produtos pode não gerar um aumento substancial nos preços da gasolina. Analistas alertam que se as taxas persistirem durante o verão, o impacto poderá acarretar alta de até 7% no combustível, especialmente na região Centro-Oeste, onde a maior parte do petróleo canadense é refinado.
Eletrônicos e eletrodomésticos
A China é a principal fornecedora de eletrônicos, brinquedos e calçados consumidos no país. Produtos como smartphones, laptops e TVs, que representam uma grande parte das importações chinesas, podem ter alta entre 5% e 10% nos preços. Além disso, 56% dos calçados vendidos nos Estados Unidos vêm da China, e poderão sofrer um aumento de 2% no custo.