Mas ao mesmo tempo acham que nada poderá deter a reforma se houver união
Ativistas que defendem os direitos dos imigrantes no sul da Flórida disseram que grupos anti-imigrantes querem utilizar o ataque contra a Maratona de Boston como arma para impedir que o Congresso aprove a reforma imigratória que pode legalizar mais de 11 milhões de imigrantes indocumentados no país.
Mas os ativistas e um deputado federal, que participaram de uma reunião de líderes comunitários, afirmaram que esperam poder convencer os legisladores de que os imigrantes não devem ser bodes expiatórios do temor ao terrorismo como ocorreu depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.
“Se formos vítimas de nosso temor, então é melhor deixar de viajar, e deveríamos construir não só uma forte cerca fronteiriça como também uma cúpula geodésica para que não entrem estrangeiros nos Estados Unidos”, disse o deputado cubano-americano Joe García, democrata de Miami. “Somos americanos e vemos o mundo de forma positiva. Não o vemos com medo. Vemos com valor e curiosidade e não devemos ser vítimas do terror.”
García falou com os jornalistas pouco antes de começar a reunião de ativistas imigratórios e líderes comunitários na Universidade Internacional da Flórida (FIU), na segunda-feira (22). A reunião foi organizada pelo Fundo Ação do Conselho Nacional da Raça (NCLR) para discutir o impacto potencial das atuais propostas de imigração entre imigrantes indocumentados no sul da Flórida.
Números oficiais do gabinete de estatísticas do Departamento de Segurança Interna (DHS) mostram que na Flórida residem pelo menos 740,000 imigrantes indocumentados, o terceiro estado com maior número de sem papéis, depois da Califórnia e Texas. Segundo os mesmos números, a Califórnia tem 2,830,000 indocumentados, enquanto no Texas o total chega a 1,790,000.
Além de García, uma líder da comunidade haitiana em Miami, Marleine Bastien do grupo Mulheres Haitianas de Miami, também expressou preocupação sobre o impacto das explosões em Boston sobre a reforma imigratória.
“Creio que agora é o momento para a reforma, no entanto com o que ocorreu em Boston haverá detratores que vão querer retardar a reforma imigratória”, disse Bastien. “Não deve haver atrasos. Não podemos deixar que um caso isolado, embora expressemos simpatia pelas vítimas, atrase a reforma imigratória”.
Pouco depois, García manifestou sua preocupação também falando com os jornalistas antes do início da reunião da NCLR.
“As forças conservadoras sempre têm motivos para não fazer o que é necessário”, disse García. “Temos um sistema de imigração que está quebrado. Este é o momento de arrumá-lo. É preciso exaltar o trabalho dos oito senadores, em particular Marco Rubio, que evoluiu bastante nesta questão, e agora vem o importante trabalho de dar forma a esta proposta ampla”.