Uma ativista pela causa imigrante cujo status imigratório irregular veio à tona depois que ela foi presa por dirigir alcoolizada será deportada esta semana, depois de seis meses de batalha legal pela permanência no país.
Wendy Uruchi Contreras, moradora da Virginia, faz parte da organização não-governamental CASA, que advoga pelo direito dos imigrantes. Esta semana , ela tece seu último recurso negado pelo USCIS (U.S. Immigration and Customs Service) e será deportada para a Espanha. Contreras nasceu na Bolívia, mas possui cidadania espanhola também.
Wendy, de 33 anos, vive com o marido Giovani Jimenez e dois filhos nascidos nos EUA, de 13 e 7 anos, respectivamente. “Estamos devastados” disse Giovani, ao jornal The Washington Post. “Meus filhos choram sem parar, mas não podemos fazer nada.”
Wendy está em custódia da imigração desde julho. Ela foi detida pela polícia por dirigir alcoolizada (DUI) e ao ser fichada sua condição irregular imigratória foi detectada.
Em um dos recursos pela liberdade, Wendy pediu clemência pela sua atuação comunitárias e bons antecedentes.
Mas, de acordo com as diretrizes do governo de Obama, durante o qual ela foi presa, imigrantes irregulares condenados por DUI são prioritários para deportação. O recurso foi negado.
“Eles se concentraram apenas em um fato – de que ela teve um DUI, e deixaram de lado tudo o mais”, disse Enid Gonzales, advogado de imigração da espanhola, ao Post.
Wendy chegou aos Estados Unidos em 2002. Como cidadã espanhola, beneficiou-se do programa de isenção de visto para 38 países, permitindo que os cidadãos permaneçam em solo americano por até 90 dias sem a necessidade de um visto.
Depois de passados os 90 dias regulamentares, Wendy decidiu permanecer irregularmente nos EUA em vez de voltar para a Espanha, onde ela dizia ter sofrido sob a tirania de um padastro.
Casou-se com Giovani, que trabalha como motorista de caminhão, estabeleceram-se na Virginia e tiveram dois filhos. Wendy limpava quartos de hoteis. Ela começou como voluntária do CASA em 2013 e foi contratada como organizadora comunitária no ano seguinte.
Enquanto ajudava imigrantes irregulares na luta contra a deportação, Wendy mantinha o próprio status em segredo. Amigos e colegas de trabalho tiveram uma surpresa quando ela foi transferida para a custódia do ICE e listada para a deportação.
Como Wendy entrou no país através do programa de isenção de visto, ela não tem direito a uma audiência perante um juiz de imigração. Seu destino fica inteiramente na mão dos agentes do ICE.
O marido Giovani disse ao Post que ficará nos EUA com as crianças até o final do ano letivo. Ele então espera que a mulher possa retorna de alguma forma para cá. Se isso não acontecer, eles mudarão para a Espanha.
“Não temos emprego lá e nem lugar para morar. As crianças terão de aprender espanhol”, disse. “Vamos ter de começar do zero.”