Dylann Roof, o rapaz que atirou e matou nove frequentadores de uma igreja enquanto eles estudavam a Bíblia, foi condenado à morte hoje por um júri popular em Harleston, South Carolina. É a primeira pessoa condenada à morte no país por crime motivado por ódio.
No dia 17 de junho de 2015, Roof entrou armado na Emmanuel AME Church, a mais antiga congregação negra do Sul, e atirou em volta, matando cinco frequentadores que estudavam a Bíblia. As doze pessoas nas quais ele atirou o receberam com um sorriso na porta da igreja. Ele sentou com os frequentadores por 45 minutos. Durante a oração final, quando todos estavam de olhos fechados, Roof começou a atirar.
Ele disse aos agentes que o prenderam que ele pretendia começar uma guerra racial com o ataque. O crime, ao contrário, teve um efeito unificador, fazendo com que o estado da South Carolina removesse de áreas públicas e monumentos as bandeiras Confederadas com que Roof posou para fotos. Vários outros estados seguiram o exemplo.
O júri precisou de três horas para chegar ao veredicto, pondo fim ao um processo em que o rapaz, branco, não demonstrou nenhum remorso ou arrependimento por matar os cinco frequentadores da igreja, todos negros, sem motivo além do ódio racial. Roof recusou ajuda legal e ele próprio defendeu-se no tribunal. Nunca alegou que possuía problemas mentais e nem pediu perdão ou clemência pelo seu crime. E nem explicou porque o cometeu.
Na terça-feira, ele acabou com todas as possibilidades de uma atenuação na pena, ao declarar aos jurados que “ainda se sentia vontade de fazer o que fiz.”
Ao ouvir o veredito, o rapaz ficou impassível e não demonstrou qualquer emoção. Vários familiares das vítimas, em contrapartida, não contiveram as lágrimas.