Estados Unidos

Atirador da Califórnia recebeu um depósito de $28 mil antes do ataque terrorista

Ataques em San Bernardino (CA) mataram 14 pessoas e deixaram diversas feridas no dia 2 de dezembro

DA REDAÇÃO, COM CNN – O atirador Syed Farook recebeu um depósito de 28 mil dólares em sua conta bancária duas semanas antes de ele e a esposa, Tashfeen Malik, desencadearem um ataque terrorista em San Bernardino, na Califórnia, deixando 14 pessoas mortas. As informações foram obtidas com exclusividade pela rede de TV “Fox News”.

Segundo a reportagem, o dinheiro foi dividido – 10 mil dólares foram retirados em dinheiro e 15 mil dólares, transferidos para uma conta associada à mãe do terrorista, Rafia Farook. Os investigadores federais verificam se a mãe de Farook ajudou no ataque, segundo informou a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, no último domingo.

O depósito foi transferido através WebBank.com, mas os diretores se recusaram a falar com a “Fox News“ sobre a investigação pendente. O FBI já afirmou que o casal havia se radicalizado por “algum tempo”, e o Estado Islâmico confirmou que eles são seguidores do grupo.

Evidências contra Farook e Malik sugerem que o casal estava se preparando para um grande ataque com mais de duas bombas. Os investigadores estão rastreando onde a retirada do dinheiro foi feita, e se Farook usou o valor para pagar Enrique Marquez, vizinho do casal, pelos dois fuzis usados ??no ataque, segundo a “Fox”. Marquez comprou as armas em 2011 e 2012 de forma legal.

Escola muçulmana
Tashfeen Malik estudou em uma das escolas religiosas mais conhecidas do Paquistão, informou à AFP uma de suas professoras, o que revela informações sobre seu processo de radicalização.

Malik, de 29 anos, estudou no Instituto Al-Huda da cidade de Multan, que recebe mulheres de classe média que desejam se aproximar do islã, disse a professora, que se identificou como Muqadas.

A madrassa (escola muçulmana) tem unidades nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Índia e Reino Unido, além de um campus em construção no Canadá.

“Era um curso de dois anos, mas ela não concluiu. Era uma boa garota. Não sei por que foi embora, nem o que aconteceu”, completou. O instituto não tem relações conhecidas com grupos extremistas, mas já foi acusado de difundir uma ideologia próxima à dos talibãs.

Mas o fato de Tashfeen Malik frequentar o local ajuda a entender sua trajetória rumo ao extremismo, que provavelmente começou na infância na Arábia Saudita e prosseguiu durante os estudos no Paquistão, culminando com o juramento de lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) antes de pegar em armas.

Malik e seu marido Syed Farook, de 28 anos, provocaram um massacre em um centro social de San Bernardino (Califórnia) na quarta-feira da semana passada, um ataque reivindicado pelo EI, que chamou os dois de “soldados do califado”.

De acordo com a polícia, Malik, que tinha visto para morar nos Estados Unidos, mas passou longos períodos no Paquistão e na Arábia Saudita, pode ter radicalizado o marido.

Os investigadores tentam determinar se ela teve contato com islamitas radicais em alguns destes países.

Malik estudou Farmacologia na Universidade Bahauddin Zakariya de Multan entre 2007 e 2012 e, segundo ex-colegas, foi neste período que frequentou o Instituto Al-Huda.

“Pouco a pouco foi se tornando mais séria e estrita”, disse um estudante, que pediu anonimato. Segundo ele, a jovem “mudou drasticamente”.

A peculiaridade do Instituto Al-Huda, fundado em 1994, é que está voltado sobretudo às influentes classes média e alta do Paquistão.

“Nem o governo, nem as instituições nos acusaram de difundir o extremismo. Pelo contrário, ensinamos os preceitos pacíficos do islã”, disse uma porta-voz da Al-Huda, Farrukh Saleem, em Karachi.

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