O ataque com ácido ao imigrante Mahmud Villalaz, em Milwaukee, não deve ser visto como um problema isolado. Afinal, de acordo com um relatório do FBI, este tipo de caso teve um aumento de 17% em 2017 (dados mais recentes). Em se tratando de hispânicos ou latinos, a situação dos crimes de ódio registrou um crescimento ainda maior, de 24%, pulando de 344 para 427 ocorrências em um ano. A vítima mais recente foi um cidadão americano de origem peruana, que teve queimaduras de segundo grau no rosto ao ser atingido por Clifton Blackwell, um ex-integrante do Corpo de Fuzileiros Navais, após comentários anti-imigrantes.
“Essa raiva por pessoas de outros países está sendo alimentada pelo nosso presidente e por seus seguidores”, lamentou Tom Barrett, prefeito de Milwaukee. Ele disse que não gostaria de associar diretamente o ataque ao clima de insatisfação contra os imigrantes nos Estados Unidos, pois não sabe o que passou pela cabeça do agressor, mas sente que o país está atravessando um momento difícil. A deputada democrata Gwen Moore, por sua vez, afirmou que o preconceito reinante na América não pode ser mais forte que a identidade da Nação: “Somos mais fortes devido à nossa diversidade e ninguém deve se sentir vulnerável por causa de sua etnia ou identidade”, disse.
O autor do crime já foi preso. Ao que tudo indica, ele sofre de distúrbios mentais e está sob cuidados do Departamento de Apoio a Veteranos. No entanto, ele já havia sido preso antes por ameaças com arma de fogo e ficou mais de um ano atrás das grades naquela ocasião. Já Villalaz está em tratamento e contou, em entrevista coletiva, que foi abordado por Blackwell na porta de um restaurante de comida mexicana. “Ele fez comentários anti-imigrantes e disse que eu invadi o país dele”, descreveu a vítima, ao lembrar do diálogo que antecedeu ao ataque.