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Após vandalismo, Lula decreta intervenção no DF; de Orlando, Bolsonaro se pronuncia

Vidraças, móveis, obras de arte, documentos e monumentos federais foram vandalizados. Segundo informou a Polícia Civil do Distrito Federal, até a noite de domingo, cerca de 300 pessoas foram presas

Aos gritos de “faxina geral” e ao som do Hino Nacional, centenas de manifestantes invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, na tarde deste domingo (8), em Brasília. Apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro, há meses o grupo protestava, em Brasília e em outras regiões do país, contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas eleições. Vidraças, mesas, cadeiras, obras de arte, documentos e monumentos federais foram vandalizados. Funcionários do Congresso Nacional que estavam de plantão afirmaram terem sido ameaçados durante o ato que durou aproximadamente cinco horas para ser contido. Segundo informou a Polícia Civil do Distrito Federal, até a noite de domingo, cerca de 300 pessoas foram presas.

Em coletiva de imprensa, Lula condenou a invasão das sedes do governo e chamou de “nazistas, fascistas e vândalos” os participantes do movimento antidemocrático. “Essa gente vai ser punida (…) e todos eles pagarão com a força da lei”, declarou. Em resposta aos atos, o presidente decretou intervenção federal no Distrito Federal até 31 de janeiro, e pediu a exoneração do secretário da Segurança Pública do DF, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Membros do governo Lula disseram que Torres — que está nos Estados Unidos e havia assumido a chefia da Secretaria de Segurança do DF no último dia 2 — foi lento ao colocar em prática medidas para impedir a ação dos manifestantes. O governador do DF, Ibaneis Rocha, também foi afastado, a pedido do Ministro Alexandre de Moraes.

De Orlando, Bolsonaro se manifestou horas depois do início dos ataques em Brasília. Usando as redes sociais, o ex-mandatário escreveu “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, disse. “No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, finalizou, referendo-se a fala do petista mais cedo: “Esse genocida”, disse Lula, sem pronunciar o nome de Bolsonaro, “não só provocou e estimulou isso como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, lá de Miami para onde ele fugiu para não me colocar a faixa presidencial, no dia da tomada de posse”, disse.

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