Em visita à fronteira dos EUA com o México, em McAllen, no Texas, na quinta-feira (10) o presidente Donald Trump discursou ao lado de vítimas de imigrantes indocumentados, armas e drogas apreendidas para respaldar seu discurso em defesa do muro. O impasse já paralisa parcialmente o governo há 20 dias.
Em uma sala de uma base da fronteira onde estavam expostos armas, drogas e um grande saco com dinheiros apreendidos na região, ele se reuniu com agentes de segurança locais e ouviu relatos de familiares de duas pessoas que foram mortas por imigrantes ilegais.
Trump pede que o Congresso inclua no orçamento $5,7 bilhões para a obra do muro, mas os Democratas se recusam a aprovar o valor, e a falta de acordo levou à paralisação parcial do governo federal, que nesta quinta chegou ao seu vigésimo dia.
Segundo o presidente, a fronteira apresenta “um tremendo fluxo de imigração ilegal, de tráfico de drogas e de tráfico de pessoas. E as maiores vítimas do tráfico de pessoas são mulheres e crianças”.
Trump disse que os criminosos se aproveitam especialmente de trechos “onde não há segurança, onde você nem sabe se é México ou Estados Unidos. Não tem cerca nem muro. Mas se tivéssemos uma barreira poderosa, fosse ela de concreto ou de aço, eles não fariam isso”.
Nos últimos dias, ele tem falado sobre a ideia de construir o muro em aço, em vez de concreto, como inicialmente planejado, afirmando que se trata de um projeto mais eficiente. “Se não querem concreto, vamos com aço. Mas é mais caro”, afirmou.
Segundo a Associated Press, centenas de manifestantes gritavam e agitavam cartazes contra o muro perto do aeroporto em que Trump desembarcou. Do outro lado da rua, um grupo menor de manifestantes gritava de volta: “Construa aquele muro!”.
A visita à fronteira acontece dois dias depois de o presidente fazer um pronunciamento na TV, no qual falou que o país vive uma “crise humanitária” na fronteira, em uma tentativa de convencer a opinião pública a pressionar os democratas a aprovarem seu pedido de verba.
Antes de chegar ao Texas, ele voltou a falar sobre a possibilidade de declarar estado de emergência nacional, o que lhe permitiria tomar medidas extraordinárias e obter os fundos dos militares.
Trump disse ainda nesta quinta-feira que nunca afirmou que o México irá “assinar um cheque” pela obra, embora tenha falado desde a época da campanha eleitoral que o país vizinho iria bancar o muro. Segundo o presidente, o reembolso será feito de outras maneiras. (Com informações da AFP, G1 e CNN).