Ela é acusada de provocar acidente em que matou dois americanos em 2008
DA REDAÇÃO, COM PALM BEACH POST – A americana Martha Wright está disposta a não deixar que ninguém esqueça que sua filha e um amigo morreram vítimas de uma motorista alcoolizada e imprudente. A motorista, nesse caso, era a brasileira Daniela Torres, que não ficou presa e fugiu para o Brasil antes do julgamento. Na última segunda-feira (12), Marta e alguns amigos foram até o prédio da procuradoria pública do condado de Palm Beach para protestar contra a impunidade no caso que matou sua filha Debora Peterson, de 44 anos, e o amigo dela James Carr, de 42 anos.”Minha filha foi morta por uma motorista alcoolizada e essa assassina ainda está livre. Ninguém está fazendo nada sobre isso”, disse Wright.
Marta levou alguns amigos com cartazes para frente do prédio que chamaram a atenção de quem passava. Na época, autoridades disseram que Daniela Torres se submeteu ao teste do bafômetro e o resultado mostrou que o nível de álcool era quase o dobro do permitido pela legislação na Flórida e mesmo assim ela respondeu ao caso em liberdade. O acidente aconteceu na I-95 próximo à Boca Raton. Uma terceira pessoa que estava no carro de Peterson também ficou ferido.
Torres, que já havia sido citada em outros dois acidentes na I-95 antes da morte de Peterson, fugiu para o Brasil duas semanas antes do julgamento em 2012. Depois disso, ela não entrou mais em contato com seu advogado. Por lei, o Brasil não extradita seus cidadãos para responder processos judiciais em outros países.
O protesto de Wright, além de pedir justiça no seu caso com a extradição de Daniela Torres também exige mudanças no judiciário americano. Wright reclama que o deslize da justiça de Palm Beach em não exigir que Torres entregasse seu passaporte foi um dos grandes fatores que contribuíram para a impunidade no caso da morte de sua filha. “Eu não entendo como eles puderam fazer isso”, disse Calvin Braggs, o terceiro passageiro do carro de Peterson.
Mike Edmondson, porta-voz da procuradoria, disse que embora tenha havido um erro em não apreender o passaporte de Daniela Torres o contrário também não a impediria de solicitar outro documento junto ao consulado brasileiro e simplesmente deixar os EUA. “É fantasia pensar que apreender o passaporte pode impedir uma pessoa de fugir do país”, disse ele.
Mesmo sabendo que a justiça americana pouco pode fazer para buscar Daniela no Brasil, Wright garante que vai continuar na luta para que a brasileira pague pelo que fez. “Minha filha era tudo para mim. Eu não vou deixar que esqueçam o caso”, garantiu.