A Amazon anunciou nesta terça-feira (2) que irá reembolsar suas funcionárias que precisarem viajar para realizar abortos fora dos seus estados. O comunicado foi motivado pela provável decisão da Suprema Corte de derrubar a lei federal Roe v. Wade, que garante a interrupção da gravidez no país até a 24ª semana de gestação. Se confirmada, a medida vai deixar para os estados a autoridade de legislar sobre o assunto. É esperado que pelo menos 25 deles, incluindo a Flórida, restrinjam o procedimento total ou parcialmente.
Em mensagem enviada para sua equipe, a Amazon informou que pagará $ 4,000 por ano em despesas de viagens médicas, incluindo cirurgias abortivas. Além disso, serão disponibilizados $ 10.000 para tratamentos urgentes com risco de morte. A big tech não foi a primeira empresa a fazer isso. Desde setembro do ano passado, quando o Texas aprovou uma das leis mais restritivas sobre aborto nos EUA, as companhias Citigroup, Yelp, Uber, Lyft, Salesforce, Bumble e Match Group passaram a oferecer recursos para garantir que suas trabalhadoras tenham acesso ao procedimento abortivo seguro.
A Lyft chegou a comunicar a doação de um milhão de dólares para a ONG Planned Parenthood, que defende que administra clínicas de aborto por todo o país, para garantir o transporte das grávidas entre os diferentes estados. A Yelp, que já cobria despesas em clínicas abortivas, anunciou que também vai incluir gastos com locomoção das mulheres. A Match Group, que tem sede em Dallas, no Texas, e administra aplicativos de relacionamento incluindo Tinder e OkCupid, anunciou em setembro um fundo para cuidados reprodutivos fora do Texas. Na ocasião, a CEO Shar Dubey disse que “a empresa geralmente não toma posições políticas, a menos que seja relevante para nossos negócios”. “Neste caso, eu pessoalmente, como mulher no Texas, não consegui ficar calada”, declarou a CEO.