O reverendo Amâncio Dias fundou o Amâncio Dias Ministries em 1998, entidade que congrega outras divisões como o Christian Temple, a igreja que reúne os fiéis, e a Blessing Hands, organização que desenvolve ação social para diminuir o sofrimento das crianças e idosos que estão no Brasil
O programa oficial do Blessing Hands começou no ano 2000 e vem atendendo centenas de necessitados, que contam apenas com a caridade alheia para sobreviver. Para divulgar os trabalhos sociais, os dirigentes da entidade social promoveram um jantar no final de julho, onde mostraram os patrocinadores da comunidade brasileira que vêm contribuindo para ajudar a coletar os donativos.
Compreenda como funciona a estrutura do Amâncio Dias Ministries. A holding quem implanta as células do Christian Temple, braço espiritual do grupo, enquanto a Blessing Hands responde pelas ações sociais. Amâncio Dias enfatiza que seu ministério dedica-se principalmente aos trabalhos feitos com recuperação de jovens drogados, como o no caso do programa Youth Retreat: “Mostramos aos jovens que o caminho das drogas os levará à perdição, mas não fazemos isto apenas condenando-os. Procuramos mostrar a eles alternativas mais saudáveis para deixar as drogas”.
Seu ministério também investe em encontros de casais, procurando fortalecer a maturidade dos cônjuges, quebrando a falta de diálogo, valorizando suas heranças e evitando a separação de casais, de maneira a ajudar no equilíbrio da relação com os filhos. Dias faz questão de dizer que atende desesperados de todas as nacionalidades: “Não atendemos apenas necessitados brasileiros. Prestamos o mesmo tipo de serviço para americanos e pessoas vindas de outros países”.
Sem conversões – Dias garante que o trabalho social de seu ministério é totalmente desvinculado das atividades religiosas, inclusive com contabilidades distintas: “Não temos nenhuma intenção de converter ninguém. O trabalho é ecumênico e todos são bem-vindos, independente de suas convicções religiosas”.
O reverendo também não poupa críticas aos que ele chama de aproveitadores da fé. Perguntado sobre o comportamento dos brasileiros que vêm para os Estados Unidos e aqui acabam convertendo-se como evangélicos, Dias não se fez de rogado.
Em sua opinião, há dois tipos de evangélicos aqui nos EUA: “Há os que já professam uma fé no Brasil e, quando vêm para cá, continuam a freqüentar suas congregações. Estes são coerentes. Os oportunistas não têm meu apoio. Sou muito combatido, mas não deixo de falar o que penso”, afirmou.
Ele é totalmente contrário aos apelos que certas igrejas evangélicas fazem no intuito de cativar mais fiéis. “As pessoas vêm do Brasil e procuram as igrejas com visões assistencialistas, que oferecem ajuda, empregos e prometem até mesmo documentos para se vier no país legalmente. A meu ver, isto é um desvirtuamento da proposta pastoral”, condena o reverendo.
Aproveitadores da fé – Na verdade, há quase que um conluio entre fiéis e pastores. Estes usam as isenções governamentais para comprar produtos a preços subsidiados e depois montam as chamadas cestas básicas para serem distribuídas aos fiéis. “Isto é feito sem nenhum critério. Qualquer um que se alista recebe a tal cesta básica, a maioria nem pobre é. Candidatam-se para ganhar produtos mais caros, como carne”, fustiga Dias.
Muitos se auto-intitulam pastores, mas não passam de oportunistas, segundo Dias: “Pessoas que se denominam pastores não têm o menor preparo para desempenhar estas funções. Diria que 90% dos que estão aqui são meros negociantes da fé. Eles enxergam igreja como um negócio, algo que conflita com a orientação divina”.
Ele contou sobre uma reunião para a qual foi convidado em Deerfield Beach. Na tal reunião, os participantes propuseram uma espécie de acordo de cavalheiros, onde um ajudaria o outro para, no final, todos se beneficiarem. “Isto é inadmissível. Sou contra o fato de certos pastores referirem-se aos fiéis como ‘minhas ovelhas’. Ora, é um absurdo. Quem tem ovelhas é Deus. Eu não tenho igreja, não tenho seguidores. Apenas procuro professar a fé cristã”, bradou.
Antes de encerrar a entrevista, Dias realça que nem todos possuem esta visão mercantilista. “Há muitos homens de Deus, com compromissos sacerdotais. Os fiéis precisam saber separar os falso profetas dos verdadeiros representantes de Deus”, concluiu.
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