Meninas prodígio da Bahia e do Rio Grande do Sul irão viajar para os Estados Unidos para apresentar projetos
DA REDAÇÃO COM G1
No total, entre 80 inscritos, além de Georgia Gabriela da Silva Sampaio, de Feira de Santana (BA), e Raíssa Müller, de Novo Hamburgo (RS), ambas com 19 anos, outros três participantes vindos do Sri Lanka, Nepal e Filipinas, foram premiados.
Chamado de “Village to Raise a Child” (significa “Vila para Educar uma Criança”), o evento realizado pela primeira vez por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard tem objetivo de tornar conhecidas ideiam que impactem a comunidade em que os autores vivem.
Uma das premiadas é Georgia Gabriela da Silva Sampaio que pesquisa a criação de um método menos invasivo e mais barato, por meio de um exame de sangue, para o diagnóstico da endometriose, doença que acomete as mulheres. Ela começou a pesquisar o assunto há três anos, depois que tia foi diagnosticada e teve de extrair o útero e Georgia cogitou a possibilidade de herdar a patologia, hipótese descartada até o momento.
Georgia lembra que o diagnóstico da endometriose, inicialmente feito por exame de ultrassonografia, e o tratamento, que até prevê uma indicação cirúrgica, é muito restrito. “Esse olhar é voltado para minha comunidade, me senti incomodada com a possibilidade de muitas mulheres nem conseguirem ser diagnosticadas. Quero dar continuidade à minha pesquisa com ajuda de um orientador.”
A estudante concluiu o ensino médio no ano passado e neste ano vai disputar uma vaga em uma universidade americana, onde pretende conciliar cursos de engenharia e algo no campo das ciências biológicas.
Esponja para absorver óleo
A segunda brasileira vencedora é a estudante do ensino técnico em química Raíssa Müller que criou uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo e poderia, por exemplo, ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar. “É um filtro que funciona com criptomelano, que é um mineral pouco conhecido e tem com propriedade ser poroso. No primeiro processo aumentei a tamanho do poros e no segundo fiz uma cobertura de silicone para repelir água e absorver óleo.”
Nenhuma substância química tem esse poder, segundo Raíssa, que lembra que a palha de milho também é usada para este fim, mas depois precisa ser queimada. “Ao utilizar o filtro, o óleo pode ser absorvido e recuperado depois para que seja revendido, e o filtro pode ser reutilizado.”
Agora a estudante pretende fazer testes do produto em grande escala para verificar a aplicabilidade. “Ser selecionada no prêmio foi muito bom, é um reconhecimento para mim, para minha região. Quero expor minha ideia e minha pesquisa.”
Raíssa vai concluir o ensino técnico de quatro anos em 2015, e pretende em seguida disputar uma vaga em uma universidade americana, para mesclar estudos de psicologia e neurociência. “É a química do cérebro, para mim está tudo interligado.”
As brasileiras, assim como os demais estudantes selecionados no concurso, estão com uma campanha na internet para arrecadar fundos aos projetos. Para ter acesso aos vídeos que explicam as ideias e fazer as doações acesse o link www.crowdrise.com/villagetoraiseachildprojects/fundraiser.