DA REDAÇÃO (com G1) – O grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, fechou na quarta-feira (12) a venda de sua fatia de controle na Alpargatas – donas da Havaianas – para o Cambuhy (fundo da família Moreira Salles), BrasilWarrant e para a Itaúsa (holding de investimentos do Itaú) por R$ 3,5 bilhões. A companhia também é dona de marcas a Osklen e da operação da Mizuno no País.
Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM, o órgão regulador do mercado de capitais), o pagamento da compra será feito à vista na data de fechamento do negócio. A Itaúsa, holding que controla o Itaú, pagará 50% do valor total, ou seja, R$ 1,75 bilhão.
A família Moreira Sales, uma das donas da Itaúsa, participa do negócio de três formas. Ela também detém a gestora de recursos BW e tem participação na Cambuhy Investimentos. A transação ainda depende de sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de outras aprovações de mercado.
“Itaúsa, BW e Cambuhy estão confiantes de que a Alpargatas, com a colaboração de seus funcionários e executivos, continuará sua trajetória de crescimento e identificará novas oportunidades que maximizem a criação de valor aos seus diversos públicos”, dizem os compradores em nota.
A Alpargatas é líder no setor de calçados na América Latina e dona de marcas como Havaianas e Osklen. Também tem licença exclusiva para vender a marca Mizuno no país.
A empresa tem mais de 700 lojas no mundo, a maioria da bandeira Havaianas, e ainda vende seus produtos em outras 150 mil pontos multimarcas no Brasil. Ela exporta para mais de 100 países
Em 2016, a companhia faturou R$ 4,05 bilhões e lucrou R$ 358,4 milhões.
Crise na J&F
A venda da Alpargatas é anunciada após a Operação Carne Fraca e o escândalo envolvendo o pagamento de propina a políticos pelos donos da J&F, Joesley e Wesley Batista.
A J&F também é controladora do frigorífico JBS, que anunciou no mês passado a venda de ativos na Argentina, Paraguai e Uruguai para a rival Minerva, para reduzir seu endividamento e levantar recursos.
A transação, porém, está suspensa pela Justiça por conta de investigações que apuram irregularidades na concessão de crédito à JBS pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).