Considerado foragido pela Justiça brasileira, o comentarista político Allan dos Santos usou sua conta no Instagram para provocar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último sábado (18). Mesmo impedido por decisão da Corte de ter contas nas redes sociais, Allan abriu seu 31º perfil e postou uma foto segurando um suposto visto de trabalho nos Estados Unidos com a legenda: “Chora, Xandão. Foragido é seu forevis”.
Desde o ano passado, o influenciador bolsonarista usa a internet para desafiar o ministro do STF. No início do mês, ele publicou uma foto onde aparece fumando nos jardins do Trump National Doral Miami, local onde ele assistiu a uma palestra do ex-presidente Jair Bolsonaro, com a seguinte mensagem: “Em um dos muitos hotéis do Trump. Quer localização também, Moraes?”, disse. Em fevereiro de 2022, Allan dos Santos indicou onde a Justiça brasileira poderia encontrá-lo em Orlando, na Flórida. “Alexandre de Moraes, está vendo isso aqui?”, pergunta em vídeo, em frente aos portões da Disney. “Não tem mistério, se você botar no Google você consegue me encontrar. Você pode pedir para o Mickey, você pode pedir para a Minnie, você pode pedir para o Pateta, ou você pode pedir para o pato Donald. É bem simples. Você vai lá, pede para eles e vem para cá. Beijos”, completou.
Allan dos Santos teve a prisão determinada pelo STF em outubro de 2021, e é investigado em dois inquéritos: um sobre a propagação de fake news e outro sobre participação em milícias digitais que ameaçariam a democracia brasileira. Segundo informações da CNN, em janeiro o Ministério da Justiça acionou a Interpol e o governo dos Estados Unidos para retomar o processo de extradição do influenciador. No fim de 2022, o Supremo Tribunal Federal havia ordenado o cancelamento do passaporte do comentarista.
Segundo declarações de Alexandre de Moraes, Allan dos Santos segue infringindo as medidas decretadas pelo STF: “O investigado continua a incorrer nas mesmas condutas investigadas, ou seja, permanece a divulgar conteúdo criminoso, por meio de redes sociais, com objetivo de atacar integrantes de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização; gerar animosidade dentro da própria sociedade brasileira, promovendo o descrédito dos poderes da república, além de outros crimes, e com a finalidade principal de arrecadar valores”, disse.
