Na contramão das lideranças políticas de todas as partes do mundo que cumprimentam o candidato vitorioso na corrida eleitoral americana, Joe Biden, os presidentes dos dois maiores países da América Latina – Brasil e México- permanecem em silêncio. Ambos considerados próximos do candidato à reeleição derrotado, Donald Trump.
No Brasil, nem uma nota do Palácio do Planalto ou do Ministério das Relações Exteriores foi pulicada sobre o resultado das eleições americanas. A postura, dizem interlocutores, foi adotada por prudência, já que Donald Trump ainda não aceitou a derrota.
A mesma justificativa tem sido dada pelo mandatário mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que se recusou a parabenizar Biden neste momento, dizendo que esperaria até que as contestações jurídicas sobre a votação fossem resolvidas.
Joaquin Castro, um mexicano-americano eleito deputado pelo Partido Democrata do 20º Distrito do Texas, escreveu em seu twitter que a falta de vontade de parabenizar Biden “representa um verdadeiro fracasso diplomático de Andrés Manuel López Obrador, em um momento em que ele deveria iniciar uma nova era de amizade e cooperação entre México e EUA”.
O silêncio do governo brasileiro também é visto como uma falha diplomática, dado que até líderes que tinham alinhamento junto ao governo Trump já reconheceram a vitória de Biden, como é o caso do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Mas outras lideranças no Brasil já se manifestaram e parabenizaram Biden. Como é o caso de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e o primeiro a se manifestar. Além dele, Luís Roberto Barroso, presidente do TSE e ministro do STF, também comentou o resultado. Em comum, ambos exaltaram o processo e os valores democráticos.
“A vitória de Joe Biden restaura os valores da democracia verdadeiramente liberal, que preza pelos direitos humanos, individuais e das minorias. Parabenizo o presidente eleito e, em nome da Câmara dos Deputados, reforço os laços de amizade e cooperação entre as duas nações”, escreveu Maia em seu twitter.