Detenções realizadas por agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE) supostamente violaram um acordo feito em 2022 entre entidades de apoio aos imigrantes e o governo federal, sobre os “efeitos colaterais”, quando agentes do ICE prendem pessoas que não são seu alvo inicial. O acordo, firmado depois das batidas imigratórias de 2018, reúne Illinois, Indiana, Kansas, Missouri, Kentucky e Wisconsin, estados que estão sobre a jurisdição do ICE de Chicago.
“Toda a vez que se ouve falar que este governo está buscando apenas membros de gangues, terroristas, o pior dos piores, é preciso que isso seja tomado com uma dose de realidade”, disse Mark Fleming, advogado do National Immigrant Justice Center, durante entrevista coletiva. “É preciso saber exatamente quem está sendo preso.”
Entre os detidos durante as últimas batidas do ICE em Chicago, 19 foram liberados sob fiança, e um cidadão americano foi solto depois de passar horas algemado sob custódia. Apenas um dos detidos tinha antecendente criminais, por dirigir embriagado, segundo os advogados.
Abel Ortega, de 47 anos, foi detido no dia 26 de janeiro ao voltar para casa, em um subúrbio de Chicago. De acordo com o boletim de ocorrência, o ICE estava em busca de um dos filhos de Ortega que tem o mesmo nome. Ortega foi preso por engano e depois liberado. O filho acabou sendo preso em seguida e está sob custódia do ICE.
A família diz que Ortega não tem antecedentes criminais. Sua mulher tem câncer no seio, e a família está com dificuldades para pagar o empréstimo da casa sem ele.