Registro da agência, tempo no mercado e pagamento com cartão de crédito estão entre as informações a serem conferidas
Ana Paula Franco
Na edição passada, o AcheiUSA divulgou uma reportagem sobre brasileiros do sul da Flórida que foram lesados pela empresa Multimilhas que vende passagens aéreas por meio de milhas. A reportagem citou que se tratava de agência de viagens, mas a empresa não é registrada pelo Departamento de Estado da Flórida (sunbiz.org) como tal. As pessoas lesadas disseram que, por meio de grupos de brasileiros na internet, chegavam até uma agente da empresa, escolhiam a passagem e trecho, depositavam o dinheiro, recebiam o email com a confirmação, mas na hora de embarcar não havia passagem nenhuma. A Multimilhas prometeu que irá acertar com os prejudicados nos próximos dias.
O caso despertou a atenção de agências e agentes de viagens certificadas e sérias que trabalham nos Estados Unidos com emissão de passagens e nunca tiveram problemas. De acordo com George Halas, diretor da New Porte Ticket Travel, que atua há 18 anos na Flórida, o cliente deve ficar atento na hora de comprar passagens e não se iludir com ofertas mirabolantes. “A primeira coisa que o cliente deve checar é a idoneidade da empresa, tempo de existência da agência e o mais importante, saber se a agência tem licença para operar oficialmente perante governo”, disse Halas. Ele ressalta que o cliente jamais deve pagar pelas passagens em cash. “A agência tem que aceitar cartão de crédito para pagamentos das passagens aéreas que são cobradas pelo sistema de reservas que a agência possui , isso demonstra que a agência tem terminal oficial de reservas que é fornecido pela empresa autorizada perante as companhias aéreas. Se a agência insistir que dá desconto com pagamento em dinheiro ou que só aceita pagamento em dinheiro desconfie”, afirma.
Para o consumidor, segundo Halas, a grande vantagem em comprar com uma agência de viagens é que o cliente tem descontos extras que as companhias aéreas repassam a eles. “Isso faz com que você tenha desconto extra e, além do mais, o agente pesquisa o melhor preço em todas as companhias aéreas. O agente de viagem sério sempre vai defender o interesse do seu cliente perante as cias areas”, completa.
A brasileira Elizabeth Alderete também atua no ramo de vendas de passagens no sul da Flórida por meio da empresa TopStarUSA há cinco anos. Ela afirma que entende o que essas pessoas estão passando hoje porque também já foi lesada. “Quando vim pra cá há 5 anos, vim para ser sócia de uma agência de viagens. Após eu ter pago o valor da minha parte na sociedade, o proprietário disse que estava doente, voltou ao Brasil com o meu dinheiro e ainda me deixou com a agência com mais de $20,000 em bilhetes não emitidos. Perdi mais de $90,000”, conta. Em 2011, ela abriu a própria agência de viagens, a TopStarUSA.
“Para não cair em golpe, primeiro o cliente deve sempre procurar uma agência credenciada, que tenha um número de IATA ou ARC (registro das agências junto as companhias aéreas). Segundo, eles devem observar que existe um número de reserva e um número de bilhete eletrônico que deve ser o mesmo que a cia aérea possui. Após a compra, ele pode ligar para a cia aérea e confirmar o bilhete”, diz.
Ela afirma que, o que tem acontecido, é que depois da compra e do envio do bilhete para os clientes, a agência ou pessoa que vendeu o bilhete de má fé, liga para a companhia aérea e cancela a compra.
Assim como George Halas, Elizabete reforça que o cliente deve sempre pagar seus bilhetes com cartão de crédito. “Caso aconteça algo, o cliente sempre pode abrir uma ocorrência no cartão. E por fim, recomenda, “não acredite em milagres, existem sim, bons profissionais na área e as cias aéreas tem feito muitas promoções este ano. Encontre um profissional que você se sinta seguro de trabalhar e este jamais irá decepcionar”.