Na noite do dia 7 de maio, a brasileira Rafaelle Souza reclamou com o marido Carlos Jimenes Martins que estava com muita dor nas costas. Ela tomou um analgésico, foi dormir e na manhã seguinte decidiu sair para caminhar para aliviar a dor. Quando voltou para casa, foi ao banheiro com muita dor e teve o bebê, que ela não sabia que estava esperando, no banheiro de casa. O bebê estava ‘azulado’, sem sinal de vida e ela pensou que ele estivesse morto. Em um ato de ‘total desespero’, ela enrolou o recém-nascido em uma toalha e, em um ato impensado e tomada pelo pânico, ela deixou o neném na área do dumpster do condomínio onde mora com o marido e o filho de três anos em West Boca.
A versão acima foi dada pelos advogados criminalistas Samantha Vacciana e David Casals, que representam a brasileira, e são responsáveis por sua defesa. Eles afirmam que esta é a história verdadeira, o que realmente aconteceu naquele dia.
“Rafaelle não sabia que estava grávida. Isso pode parecer fantasioso, mas acontece com muito mais frequência do que possamos imaginar. O marido também não sabia de nada. Ela estava levando uma vida normal, trabalhando, frequentando a igreja, sem saber que carregava um filho no ventre. No dia em que tudo aconteceu, ela saiu para caminhar, mesmo cheia de dor, o que mostra que ela realmente não sabia que estava grávida”, disse Samantha.
A advogada acredita que a brasileira não está sendo devidamente ouvida e que não teve a fiança fixada por ser ‘pobre e imigrante’. “Ela não tem dinheiro, é imigrante e não fala inglês. Ela não foi devidamente ouvida, apenas a polícia. A versão que temos é apenas da polícia. Nosso papel agora é investigar, por conta própria, o que aconteceu naquele dia. Sou mãe e posso te garantir, ela não tinha razão para matar ou abandonar aquele bebê. Ela e o marido pensavam inclusive em ter mais filhos. Ao ver o recém-nascido sem sinais de vida, ela se desesperou, entrou em estado de choque”, enfatizou a advogada.
Rafaelle hoje está presa e a menina está sob custódia do Florida Department of Children and Families até que tudo se resolva. O menino de três anos foi entregue ao pai depois de uma batalha judicial.
A advogada pede que qualquer pessoa que tenha informação ou que queira ajudar no caso, deve entrar em contato com o seu escritório pelo telefone: (561)-288-8366 ou e-mail: samantha@triallawyerspb.com
Muito querida por todos
Pessoas que conviviam com a brasileira são enfáticas em afirmar que ela é uma ótima mãe e esposa dedicada. Para custear o processo, contratar especialistas – como médicos para explicar o que acontece com a mulher que acaba de dar à luz – é necessário dinheiro e a família não tem. Amigos decidiram se unir e criar uma página no GoFundMe para arrecadar recursos para ajudar Rafaelle.
“Rafaelle Sousa é uma pessoa muito amada por todos que têm o privilégio de conhecê-la. Ela é filha, mãe, esposa amorosa, trabalhadora, umas das muitas imigrantes brasileiras vivendo nos Estados Unidos. No dia 8 de maio, uma dor inesperada, fortíssima e desconcertante tomou conta dela, de todo seu corpo. Pensando que tinha uma saúde perfeita, e incomodada unicamente por dor nas costas por trabalhar muitas horas diariamente como manicure, naquela manhã sua corrida matinal teve de ser interrompida”
“Mesmo tomando pílula anticoncepcional e remédios para a dor intensa na coluna, na verdade Rafaelle, sem saber, estava em trabalho de parto. Depois de dar à luz ao seu bebê, que não chorou, ela limpou seu corpinho imóvel, tentou faze -lo respirar, sem sucesso, e por isso, deduziu que tinha sofrido um aborto espontâneo. Desesperada e com imensas dores causada por esta situação, ela já estava em estado de choque pós-parto. Tomada pelo pânico, as dores terríveis, físicas e emocionais impactaram sua lucidez, com seu bebê aparentemente sem vida, imóvel em suas mãos, sob os efeitos físicos e psicológicos do estado puerperal, ela o colocou em um canto da área da lixeira do condomínio onde mora”, descreve a página do GoFundMe.
Entenda o caso
Rafaelle, de 35 anos, foi presa depois que transeuntes encontraram o bebê na área do dumpster de um condomínio em Boca Raton e chamaram a polícia no dia 8 de maio. A menina foi levada para o hospital e agora está sob os cuidados do Florida Department of Children and Families.
Um juiz negou fiança para Rafaelle, que foi acusada de tentativa de homicídio e abuso infantil. O magistrado Ted Borras ordenou que a brasileira permaneça presa até o julgamento.