DA REDAÇÃO – As ações da Apple caíram 9,96% na quinta-feira (3), maior perda no mercado acionário desde janeiro de 2013, quando os papéis caíram 12,35%. Segundo a provedora de informações financeiras Economática, a companhia perdeu $72,4 bilhões com a queda.
O pessimismo foi motivado por novidades da empresa, que reduziu a perspectiva de faturamento para o último trimestre de 2018.
A Apple afirmou após o fechamento dos mercados na quarta-feira (2) que o último trimestre de 2018 terá vendas 7,6% abaixo do esperado inicialmente, para $84 bilhões. O quarto trimestre do ano é o de maior faturamento para a empresa.
Em outubro de 2018, a Apple ainda era a companhia mais valiosa do mundo, quando atingiu um valor de mercado de $1,12 trilhão no dia 3. De lá pra cá, a companhia perdeu mais de $446,1 bilhões, segundo dados da Economática — esse valor é o equivalente a 47,4 % de todas as empresas brasileiras com capital aberto na Bolsa de Valores.
Com a queda desta quinta-feira, a Apple foi ultrapassada por outras empresas no posto de mais valiosa do mundo: Microsoft, Amazon e Google. Todas elas tiveram queda nas ações, 3,68%, 2,52% e 2,77%, respectivamente, mas não perderam tanto quanto a Apple.
A empresa afirmou que “não previu a magnitude da desaceleração da economia, em especial na Grande China” e nos mercados emergentes.
O presidente da Apple, Tim Cook, também demonstrou preocupação, em entrevista, com a guerra comercial entre China e Estados Unidos. “As tensões comerciais colocam pressão adicional na economia desses países”, disse Cook à rede de TV CNBC na quarta-feira (2).
Segundo Kevin Hassett, presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, afirmou em entrevista à rede CNN que a Apple é apenas uma das primeiras empresas a apresentar resultados negativos por conta da guerra comercial entre EUA e China.
“Não vai ser só a Apple. Muitas empresas americanas que têm vendas fortes na China irão ver seus resultados financeiros cair até que tenhamos fechado um acordo com os chineses”, disse.