Histórico

“A reforma está nas nossas mãos”, diz ativista brasileiro

Jonathan Rodrigues acredita na legalização dos indocumentados ainda este ano, mas para isso torce por envolvimento maior da comunidade do Sul da Flórida

A comunidade brasileira, especialmente no sul da Flórida, precisa se mobilizar mais se realmente quer a reforma da imigração este ano. Esta é a opinião de Jonathas Rodrigues, um jovem de 20 anos de idade, filho de brasileiros e que estuda na área de Direitos Humanos na Universidade de Chicago. Ativista da organização ‘The Illinois Coalition for Immigrant and Refugee Rights’, ele participou da manifestação em favor da legalização de milhões de indocumentados em Washington DC no final de março, mas praticamente não encontrou representantes de nossa comunidade no evento que reuniu mais de 200 mil pessoas na capital americana.

“É tempo de mobilização, afinal a reforma imigratória depende somente de nós”, disse Jonathan, que nasceu em Boston (Massachusetts) e cuja mãe vive atualmente em Pompano Beach (Flórida). Além de marchar em frente à Casa Branca, o jovem estava no pequeno grupo que conseguiu entrar na sede do Partido Republicano para tentar uma audiência com o líder Michael Steele e visitou os gabinetes de outros parlamentares no Capitólio no dia seguinte ao ato, no que eles chamaram de ação direta junto aos legisladores.

Para Jonathan, a reforma da imigração só será debatida no Congresso com a pressão da sociedade. “É necessário que os indocumentados, ativistas e lideranças comunitárias mostrem às autoridades que a situação atual prejudica muita gente”, ressalta o estudante, que espera um maior envolvimento dos brasileiros nesta causa.

Nesse sentido, ele destaca que o deputado Ron Klein, democrata aqui do sul da Flórida e que foi eleito para seus dois mandatos com o voto latino, poderia assumir um papel de liderança na luta pela reforma. “Precisamos cutucá-lo para que ele seja decisivo nessa jornada”, afirma Jonathan, lembrando que os parlamentares estarão em suas bases políticas até o final do recesso do Congresso, em 11 de abril.
Eleitor de Obama, ele admite que está decepcionado com o presidente pela quebra da promessa de que resolveria a situação de mais de 10 milhões de indocumentados em seu primeiro ano de gestão. Mesmo assim, ele não perde a esperança. “Temos que encampar esta luta, principalmente participando de eventos em que os imigrantes mostrem a cara e assumam sua condição”, torce Jonathan.

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