Para a maioria dos Nova Iorquinos, uma forma de lidar com as ondas de calor é frequentar o cinema, ou um museu, ou até mesmo um barzinho. Especialmente quando a companhia de energia, a Conedison, solicita dos clientes uma redução no uso de ar condicionado, máquinas de lavar roupa e microondas, a não ser que haja risco de saúde. O que fazer quando a população precisa reduzir o consumo de energia ao mesmo tempo que não há atividades em locais fechados devido a uma pandemia que assola o país?
Em 20 de julho, a Conedison enviou uma notificação para residentes de parte oeste de Queens, requisitando que não utilizassem equipamentos domésticos de alta voltagem, a fim de preservar infra estrutura, que corria risco de causar queda de energia em uma escala maior. Durante os meses de verão, é normal uma demanda maior de energia devido ao uso de ar condicionado nas casas. Com a pandemia, um maior número de pessoas estão trabalhando de casa, e, com isso, há maior demanda de energia elétrica.
“Ar condicionado é o item de maior uso de eletricidade na maioria das residências. Isso sobrecarrega o sistema de energia elétrica,” declarou Rory Cristian, um consultor de energia elétrica, durante entrevista para WNYC, a rádio pública de Nova York.
Em julho de 2019, bem antes da pandemia, a cidade de Nova York já tinha sofrido uma grande queda de energia, que deixou muitos sem energia, inclusive shows da Broadway. Este evento levou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, a ameaçar a ConEdison em revogar sua licença para operar e tornar a companhia uma estatal. Ao invés disso, em janeiro de 2020, a assembléia legislativa do estado de Nova York autorizou a companhia a aumentar o custo de energia elétrica para moradores da cidade de Nova York e Westchester County de até $1.2 bilhão no curso de 3 anos.
Enfim, para a segunda parte do verão, resta aos Nova Iorquinos muita cautela ao utilizar energia elétrica, esperando que os dias sejam mais amenos, e com pouca chuva, a fim de evitar o uso extensivo de ar condicionado.
Uma alternativa ao ar livre em Nova York durante o verão
Mas se você estiver em Nova York durante uma queda de energia e o sol ainda não tiver se posto, ainda haverá tempo de aproveitar o projeto Open Streets, no qual aproximadamente 68 milhas de ruas por todos os “bouroughs” da cidade ficam abertas entre 8 da manhã e 8 da noite. Open Streets Restaurants, que é parte do mesmo programa, permite que restaurantes de determinados quarteirões fiquem abertos durante o final da tarde e início de noite, e finais de semana, a fim de que restaurantes possam utilizar as ruas para extender os seus serviços.
Iniciado em 4 de maio, com menos de 10 milhas de ruas abertas, até o final de semana dos dias 2 e 3 de agosto, a cidade de Nova York tinha em torno de 68 milhas de ruas dedicadas ao projeto. O intuito é de proporcionar a população com mais oportunidade de espaço em ar livre, mantendo o distanciamento social. A prefeitura tem a intenção de abrir por volta de 100 milhas.
De acordo com o projeto, somente serviços de entrega e coleta são permitidos durante as horas de sua operação, com velocidade máxima de 5 milhas por hora. De acordo com o site do DOT (Department of Transportation – https://www1.nyc.gov/html/dot/html/pedestrians/openstreets.shtml), variantes do programa incluem Open Streets: Play e Open Streets: Restaurants.
O primeiro refere-se a atividades recreativas voltadas para crianças, tais como artesanato, projetos de arte, jogos, esportes, leituras, e até mesmo competiçōes. Esses projetos são promovidos por organizações locais: Fresh Air Fund, Building Healthy Communities, Street Lab, e Police Athletic League. O tráfego de veículos é proibido nas ruas onde esse projeto ocorre entre 10 da manhã e 5 da tarde e ocorrerá somente até 4 de setembro.
Por último, o Open Streets: Restaurants é uma extensão do programa Open Restaurants, no qual aos restaurantes foi permitida uma permissão especial para serviço na parte de fora dos restaurantes, visto que serviço na parte interna de bares e restaurantes ainda está suspenso na cidade. Este programa permite que 3 ou mais estabelecimentos do mesmo quarteirão requeiram uma licença para fechar o bloco durante os finais de tarde e finais de semana, a fim de adicionar mais mesas para seus estabelecimentos. A prefeitura estima que aproximadamente 80.000 empregos tenham sido gerados/ restaurados desde o inicio do programa na fase II, que vai até dia 31 de outubro. O prefeito já anunciou o retorno deste programa para 1 de junho de 2021, ou até antes.
“Vamos encerrar este ano com força e aguardar o ansiosamente o próximo ano,” afirmou De Blasio na sua coletiva de imprensa de segunda-feira, 3 de agosto.