Dados divulgados na segunda-feira (26) mostraram que 65% dos imigrantes presos sob custódia do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) em dois presídios do sul da Flórida – Broward Transitional Center, em Pompano Beach, e Glades County Detention Center, em Moore Haven – recusaram tomar a vacina contra a covid-19.
De acordo com os números, a vacina foi oferecida a 222 detentos nestes dois centros de detenção, sendo que 144 optaram por não receber o imunizante, enquanto 78 foram vacinados.
A vacinação de imigrantes presos na região sul do estado é parte de um acordo entre o Tribunal Federal de Miami e o ICE. No início da pandemia em 2020, a agência de imigração chegou a ser acusada de violar os direitos humanos ao manter as instalações lotadas em meio ao surto de coronavirus.
Segundo um comunicado enviado pelo ICE ao Tribunal e obtido pelo jornal Miami Herald, os “detentos que se recusaram foram avisados que, caso mudem de ideia, a vacina será disponibilizada”.
“O Florida Department of Health retornará aos centros de detenções quando houver dez ou mais pessoas na lista para serem vacinadas”, declarou o ICE.
O motivo pelos quais a vacina tem sido rejeitada, conforme informaram as autoridades, é medo e desconfiança em relação ao governo federal.
A constante recusa às injeções fez com que ativistas da causa imigratória questionassem se o ICE buscou educar os detentos sobre a crise de saúde pública, incluindo a importância da vacinação.
Apesar da rápida disseminação da covid-19 dentro dos presídios, a agência ainda não estabeleceu um plano nacional de imunização e não há números sobre quantos detentos estão imunizados.
Atualmente, o Broward Transitional Center abriga 251 presos, o Krome 216, e o Glades County Detention Center 70. Dados do ICE indicam que o Glades teve pelo menos 189 casos de covid-19 relatados desde março passado, o Krome está atualmente em 243, e Broward está em 253.