O planeta acaba de registrar o segundo mês de novembro mais quente da história, perdendo apenas para 2023, de acordo com o serviço climático europeu Copernicus. Com isso, 2024 está praticamente garantido como o ano mais quente já registrado na história do planeta. O aumento das temperaturas foi impulsionado pela mudança climática causada pelo homem e o impacto do El Niño.
O Copernicus é o programa da União Europeia que monitora o planeta, coletando dados sobre clima, gelo polar, níveis do mar e outros indicadores ambientais. Ele ajuda a entender as mudanças climáticas em curso e orientar ações. Por exemplo, o relatório mais recente revelou que a média global em novembro foi de 14,10°C, muito acima dos níveis pré-industriais. Este ano pode marcar a primeira vez que a média anual supera 1,5°C acima da era pré-industrial, um limite simbólico do Acordo de Paris.
O aumento rápido das temperaturas traz consequências sérias: especialistas alertam para extinção de espécies, impactos na agricultura e riscos para comunidades costeiras devido à elevação do nível do mar. Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, classificou os novos recordes como “terríveis para pessoas e ecossistemas”.
Além disso, a cobertura de gelo na Antártida está 10% abaixo da média, agravando o problema. Com os oceanos absorvendo 90% do calor gerado pelos gases de efeito estufa, o desequilíbrio climático acelera. Cientistas também se mostram perplexos com a ausência de um resfriamento típico após o El Niño, o que pode indicar uma aceleração preocupante no aquecimento global.