Nesta terça-feira (9), cientistas confirmaram o que já vinha sendo alertado: todos os dias do último ano ficaram 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900. Uma preocupação ainda maior surge com a constatação de que, em meados de 2023, os termômetros ultrapassaram 1,5°C e, em dois dias de novembro, atingiram uma elevação de 2°C, marcando as temperaturas mais altas dos últimos 100 mil anos.
A temperatura média da Terra em 2023 ficou 1,48ºC acima do nível pré-industrial, aproximando-se perigosamente do limiar de 1,5ºC estabelecido por cientistas como o “limite seguro” para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas. Métodos que simulam o comportamento da atmosfera para climas passados revelam um aquecimento violento, com diversos recordes diários e mensais quebrados.
A vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, Samantha Burgess, destaca que não apenas as médias anuais foram as mais elevadas, mas que os dias com 1°C acima do período pré-industrial são uma marca inédita, , conforme aponta o relatório do Copernicus, que destaca os seguintes pontos:
- 2023 confirmado como o ano mais quente desde o nível pré-industrial;
- A temperatura média da Terra atingiu 14,98ºC, 0,17ºC acima do recorde anterior de 2016;
- Recordes de temperaturas médias anuais foram quebrados em todo o mundo, exceto na Austrália;
- Todos os meses de junho a dezembro foram os mais quentes da história.
Apesar da influência do fenômeno El Niño e do aumento do uso de combustíveis fósseis, o relatório destaca as emissões contínuas de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, como responsáveis pelo calor extremo em 2023.
Em relação à COP 28, realizada em dezembro, o acordo final foi considerado um avanço ao prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis para mitigar a emissão de gases de efeito estufa. As concentrações alarmantes desses gases em 2023 reforçam a urgência das ações globais para combater as mudanças climáticas.