O governo da Coreia do Norte rejeitou três milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 e sugeriu que elas sejam entregues a países mais necessitados, informou o Unicef nesta quinta-feira (2).
O país pobre da Ásia foi o primeiro a impor um rígido bloqueio e fechou suas fronteiras ainda em janeiro de 2020, para evitar a propagação do coronavírus a partir da China, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez antes de se espalhar pelo mundo.
O governo norte-coreano insiste que não registrou nenhum caso de coronavírus, mas pagou um grande preço econômico pelo bloqueio. O ditador Kim Jong-un admitiu em junho que o país enfrentava uma “crise alimentar”.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) ofereceu as vacinas pelo Covax, mecanismo criado para distribuir imunizantes contra a Covid-19 para países de baixa renda que é liderado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Mas, apesar das dificuldades causadas pela pandemia, o país isolado comunicou à agência da ONU que as doses da CoronaVac, produzidas pela chinesa Sinovac, poderiam ser administradas a pessoas em outra nações.
O país “comunicou que as 2,97 milhões de doses da Sinovac que o Covax está oferecendo à Coreia do Norte podem ser enviados para países gravemente afetados, tendo em vista o fornecimento global limitado de vacinas”, afirmou um porta-voz do Unicef à agência de notícias France Presse.
Em julho, um centro de estudos sul-coreanos vinculado à agência de espionagem do país vizinho disse que a Coreia do Norte também rejeitou vacinas da AstraZeneca oferecidas pela Covax, aparentemente por preocupações sobre efeitos colaterais.
O Instituto para a Estratégia de Segurança Nacional disse que a Coreia do Norte não dispõe de uma rede de refrigeração suficiente para armazenar as vacinas da Pfizer e da Moderna e se mostrou cética sobre a eficácia das vacinas chinesas. Com Agência France Presse.