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Brasileiras são presas acusadas de liderar rede de prostituição em Boca

Denise McCoy e Sara Marin foram presas pela polícia de Boca Raton depois da denúncia de uma terceira brasileira, que disse à polícia ter sido explorada pelas duas.

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DA REDAÇÃO, COM SUN-SENTINEL – Duas brasileiras, uma delas casada com um policial de Boca Raton, foram presas na terça-feira suspeitas de fazer parte de uma rede de prostituição na área, segundo relato da polícia ao jornal Sun-Sentinel.

Denise McCoy (34) (foto) e Sara Marin (42) foram presas acusadas de prostituição e lavagem de dinheiro. O marido da brasileira, Samuel McCoy, está suspenso pelo chefe de polícia de Boca, Dan Alexander.

“Ainda estamos no começo das investigações”, disse Alexander.

Denise e Sara foram presas depois que uma terceira brasileira ajudou a desbaratar a rede de prostituição local.

Segundo a polícia de Boca Raton, a mulher, que está ilegalmente no país, contou a agentes de imigração que ela teria sido forçada a se prostituir durante nove meses. De acordo com o depoimento, a mulher disse que conheceu Marin, moradora de Boyton Beach, e ela lhe ofereceu trabalho na sua agência de acompanhantes. Marin disse que o trabalho não envolveria sexo.

A mulher acabou ligando para Marin e sua sócia Denise McCoy, de Boca Raton, aceitando a proposta de trabalho. Depois de vários encontros, almoços e jantares sem contato sexual, Denise levou a mulher para um apartamento em Boca Raton.

No apartamento, o homem daquele encontro exigiu fazer sexo. A mulher recusou-se e ligou para Denise, que ameaçou entregá-la à imigração caso ela não fizesse sexo com o homem.

A mulher contou à polícia que Denise e Marin anunciavam num website de classificados onde há poucas restrições aos serviços oferecidos, e arranjavam os encontros sexuais em dois apartamentos, na Calibre Court e na Boca Place Drive.

As prostitutas cobravam $200 por hora (mais gorjetas) e dividiam o faturamento com McCoy e Marin, segundo o depoimento da mulher. Ela disse ainda à polícia que trabalhava seis dias por semana, tendo de 6 a 12 relações por dia.

A polícia descobriu que Marin havia registrado o seu negócio de acompanhantes no estado da Flórida, com sede em seu apartamento, com o nome de Sara’s Entertainment Service, LLC.

A polícia vigiou os dois endereços durante vários meses e constatou o movimento de mulheres no local e a entrada e saída de diversos homens, que ficavam por lá por intervalos que variavam entre 10 minutos e uma hora.

Numa operação encoberta, um agente da polícia de Boca Raton pagou $200 e McCoy masturbou-se por cerca de 10 ou 15 minutos. Em outra, um sargento pagou $150 por sexo oral com Marin, mas criou uma “emergência” para justificar a saída antes do ato.

Denise e Marin foram presas na terça (22), acusadas de promover prostituição e lavagem de dinheiro. Até a noite de quarta, ambas estavam detidas na Palm Beach County Jail, sem direito a fiança.

Vítima de prostituição pode conseguir visto especial

Segundo a polícia, Carla Sardinha não era a única que trabalhava para a agência de Denise McCoy e Sara Marin.Outras seis mulheres entre 21 e 30 anos também prestavam serviços sexuais em dois endereços em Boca Raton (9859 Boca Gardens Circle North e 22312 Calibre Court). Se conseguirem provar que foram forçadas a se prostituir, as mulheres podem conseguir visto especial de permanência nos Estados Unidos.

O advogado Max Whitney, que representa uma das mulheres que trabalhavam para McCoy e Marin, mas não divulgou o nome da sua cliente, disse que atualmente trabalha em dez casos semelhantes. “As pessoas que trabalham com esse tipo de serviço precisam saber que a polícia quer os agenciadores e a ajuda delas pode lhe render imunidade”, disse.

Whitney explicou que as vítimas precisam contribuir com provas para que sejam beneficiadas com a lei que protege pessoas vítimas de exploração sexual. Do outro lado, as agenciadoras podem, se condenadas por lavagem de dinheiro e prostituição, perder o Green Card se tiver ou ter o processo negado, se tiver em andamento para obtenção do documento.

Max Whintey contou, sem mencionar o nome e detalhes sobre sua cliente, que ela foi abordada por outra brasileira oferecendo trabalho de acompanhante de executivos (escorts nome em inglês). Sua cliente teria começado o trabalho somente como acompanhante, mas a agenciadora teria oferecido mais dinheiro para que ela fizesse sexo com os clientes.

De acordo com o supervisor do departamento de investigação de crimes violentos na Flórida (Florida Department of Law Enforcement’s Miami regional Center nome em inglês) John Vecchio, as duas brasileiras agenciadoras de Boca Raton não devem responder por tráfico humano porque “não foi encontrado nada que prove que as mulheres estavam sendo forçadas a se prostituir”.

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