Nascido em Niterói e criado em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, o filho de um vendedor e uma auxiliar de dentista, Wellington Vitorino, sempre soube que a grande reviravolta na sua vida viria através da educação. “Quero construir empreendimentos e negócios grandes que tenham a capacidade de gerar transformações”, disse ao AcheiUSA.
Hoje, aos 26 anos, ele comemora o feito de se tornar o primeiro imigrante negro a ser aprovado em um curso de MBA do concorridíssimo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA.
Quando criança, Wellington ajudava o pai que era vendedor ambulante na praia de Saquarema, na região dos Lagos do Rio. Aos 12 anos, montou seu próprio negócio de revenda de picolés, revelando sua veia para o empreendedorismo.
Para garantir uma bolsa de estudo que ganhou durante o ensino médio, ele fazia um trajeto de São Gonçalo até a Gávea, todo os dias, às 4 da manhã, e só voltava para casa por volta das 8 da noite.
Segundo ele, uma professora, sensibilizada com a situação, sugeriu que passasse as noites no sofá da escola pública. “Eu dormia em um sofá na sala dos professores e, um pouco depois, em um colchão inflável que eu consegui”, lembrou.
O resultado do esforço veio em forma da aprovação em todas as universidade para as quais ele prestou vestibular, além da nota mil conquistada na redação do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).
Wellington passou no MBA do MIT este ano, em sua segunda tentativa. O progama garante título de mestre em negócios. Agora, ele está de malas prontas para se mudar para Boston.
“Considero uma conquista histórica não apenas para mim, mas para o Brasil. Um MBA em uma das melhores escolas de negócios do mundo é uma grande porta de acesso para oportunidades. Eu sinto muito orgulho da minha aprovação no MIT e espero que meu exemplo proporcione conhecimento e suporte aos meus semelhantes para que eles alcancem os seus sonhos também”, declarou.
E os planos do brasileiro não terminam por aí. Ele pretende entrar para a vida pública e, quem sabe, se candidatar à presidência da República do Brasil. “Me vejo em cargos executivos como prefeitura, governo do estado e sonho um dia em chegar à presidência”.
Ele também está à frente de dois projetos, o ProLider e o Instituto Four, que atuam na formação de jovens lideranças em busca de soluções para os desafios enfrentados no Brasil.
Para os imigrantes, negros e pessoas das camada menos privilegiadas, o recado de Wellington é de persistência.
“Sempre ouviremos muitas vozes de pessoas que, muitas vezes, são próximas a nós, dizendo que não iremos conseguir, mas nós precisamos ter fé na nossa trajetória (…). Com certeza, a recompensa virá”.