Apesar da boa notícia, registrou-se também uma diminuição na criação de postos de trabalho
O Departamento do Trabalho do governo dos Estados Unidos informou na sexta-feira (7) ter havido uma queda na taxa de desemprego de agosto a marca atingiu o nível de 8,1%. Em contrapartida, o país registrou uma forte queda no índice de criação de emprego, 96 mil postos foram gerados, 32% a menos que julho.
A taxa de desemprego retrocedeu 0,2% em relação a julho, atingindo a marca de 8,1% em dados corrigidos de variações sazonais, o nível mais baixo em mais de três anos, que já havia sido alcançado em abril. Os números revelados na sexta-feira (7) contrariam as expectativas de analistas, que esperavam uma desaceleração menor nas contratações, de 130 mil novos postos, e uma taxa de desemprego estável em relação a julho, de 8,3%.
A mudança é atribuída a uma diminuição da população ativa, indicou o Departamento em um comunicado. A quantidade de pessoas sem emprego não variou muito, caiu a 12,5 milhões, assim como o desemprego de longa duração, que afeta 40% dos desempregados. As criações de postos de trabalho não foram suficientes para absorver os recém-chegados ao mercado do trabalho. Segundo o presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, os Estados Unidos precisam de 100 mil a 110 mil novos empregos por mês para manter a taxa de desemprego estável e impedir um aumento.
Estímulo
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, lançou outro programa agressivo de estímulo na quinta-feira (13), dizendo que irá comprar US$ 40 bilhões em dívida hipotecária por mês e que continuará adquirindo ativos até que as perspectivas de emprego melhorem substancialmente.
Em uma mudança significativa na direção da política monetária dos EUA, o Fed relacionou sua compra de títulos não convencional diretamente às condições econômicas, em uma ação que deve mostrar-se controversa entre críticos do banco central. Se as perspectivas para o mercado de trabalho não melhorarem significativamente, o comitê continuará sua compra de títulos hipotecários garantidos por agências, a fazer compras adicionais de ativos e empregar outras ferramentas de política até que tal melhora seja atingida num cotexto de estabilidade de preços, afirmou o Fed em comunicado.
Em uma ação adicional que reflete o quão preocupadas as autoridades do Fed ficaram com a saúde da economia, os formuladores de políticas da instituição disseram que não irão aumentar as taxas de juros dos atuais níveis mínimos até, pelo menos, meados de 2015. Anteriormente, o Fed havia definido tal estimativa para o final de 2014.
A decisão é anunciada ante amplos questionamentos sobre a eficácia provável de mais uma incursão em política monetária heterodoxa, incluindo os do candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney.
Essas compras somam-se aos US$ 2,3 trilhões que o Fed já adquiriu em dívida do governo norte-americano e dívida relacionada ao setor imobiliário.
O novo movimento do Fed é ainda mais corajoso do que muitos investidores anteciparam, dada a natureza ilimitada e as ligações claras com o desemprego.