O último contato feito com a família no Brasil por telefone foi no dia 7 de dezembro por volta das 9 p.m., pouco antes de iniciar a travessia entre a fronteira do México- EUA.
Diogo Fernandes tinha 36 anos e morava em São Luís de Montes Belos, Goiás. De acordo com o consulado brasileiro no México, ele caiu na tentativa de escalar um muro. Na queda, bateu a cabeça e quebrou a bacia.
A notícia da morte do rapaz foi dada aos familiares na manhã do sábado (12), pela representação diplomática brasileira no país mexicano.
Ao site G1, um irmão de Diogo que mora em Goiás e não quis ter o nome divulgado disse que ele deixou ele deixou o país em 30 de novembro, disposto a realizar o sonho de morar nos EUA.
Antes de decidir cruzar ilegalmente a fronteira, ele tentou , sem sucesso, o visto de turista por três vezes entre os anos 2017 e 2019.
Desempregado e com o sonho da mudança de vida, contratou um coiote e comprou a passagem para Cancún. A travessia seria toda feita pela Ciudad Juárez, próxima à fronteira entre os dois países.
“Ele ficou apenas um dia no hotel em Cancún, depois foi para o local combinado onde tinha que ficar com outros brasileiros, esperando o momento da travessia”, relatou o irmão.
A advogada de imigração baseada na Flórida, Renata Castro, avaliou que a perda de receitas das famílias brasileiras provocada pela pandemia aliada à esperança de flexibilização das leis imigratórias no governo Biden, pode impulsionar os brasileiros a continuarem se arriscando na travessia ilegal pelo México.
“Infelizmente situações como a trágica morte deste goiano continuarão acontecendo, enquanto brasileiros esperançosos de viver uma nova vida nos EUA continuarem tentando uma entrada de forma arriscada”, alertou a advogada.
Pelas redes sociais, a noiva de Diogo publicou um desabafo: “Quem conviveu com a gente sabe quanto ele e eu éramos unidos. Eu estou sem chão, eu perdi meu Norte”, escreveu.
Um familiar de Diogo viajou até Cancun para providenciar o traslado do corpo para o Brasil.